sábado, 25 de janeiro de 2020

Significado do nome dos Bairros do Rio de Janeiro



Significado do nome dos Bairros do Rio de Janeiro
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Rio de Janeiro tem dezenas de bairros, alguns com nomes curiosos (como Piedade), outros cercados de lendas (Urca, Realengo, Valqueire), fora homenagens a grandes proprietários de terras, famílias antigas e nobres. A maior curiosidade é a história do Leblon, Flamengo e Urca, que teria o nome devido ao mesmo homem… um holandês, que pensam que é francês ou flamengo, se chamava Olivier van Noort, o apelido é Charles LeBron,  ou LeBlond e chegou ao Rio em seu navio URCA. Pode até ser mentira, mas deve ser bem mais interessante que a verdade. O post é de 2008,
mas desde aquela época vem sendo atualizado.

ABOLIÇÃO
O nome provavelmente tem origem na antiga alcunha da Rua da Abolição, 13 de maio, dia da abolição dos escravos no Brasil.
ACARI
O nome do bairro vem do Rio Acari. Acari, por sua vez, é um tipo de peixe. Hoje chamada de Favela de Acari, a região é a junção do Conjunto Amarelinho, construído no final dos anos 50 na beira da Avenida Brasil, e mais quatro localidades: Parque (Proletário) Acari, Vila Rica de Irajá, Coroado e Vila Esperança.
Água Santa
Água mineral jorrava de uma fonte localizada nessa área. Ela era engarrafada e vendida na região.
Alto da Boa Vista
O nome tem origem na bela paisagem que se admira das encostas do Maciço da Tijuca. No início era a serra, depois vieram as plantações de café que desmataram os morros e alteraram a vazão de rios da região. D. Pedro II determinou em 1861 o reflorestamento de toda a área, feito pelo Major Archer.
Andaraí
Seu nome provém da expressão indígena “Andirá-y Açu”, que significa “Rio Grande dos Morcegos”, na linguagem dos índios tamoios que habitavam a região. O “Rio dos Morcegos” hoje é denominado Rio Joana, que atravessa o bairro, dividindo as duas pistas da Rua Maxwell. Outra versão diz que vem do Pico do Andaraí, cuja tradução do tupi para o português seria “empinado para cima”
Anil
No local, existiram arbustos nativos cujos frutos eram o anil. Inicialmente, a região era ocupada por engenhos. Depois vieram as fazendas onde se plantava café.
Bangu
Corruptela de u bang ú (“a barreira negra”) ou bang ú (“cercado por morros”) na linguagem dos índios. Outra possibilidade está relacionada à palavra africana bangüê, utilizada pelos escravos para se referir ao local do engenho onde se guardava o bagaço da cana-de-açúcar que, após moída, alimentava o gado. O termo ficou consagrado ainda, como denominação de uma espécie de padiola feita de tiras de couro ou fibras trançadas, usada para transportar cana-de-açúcar e outros materiais de forma improvisada. Daí nasceu a expressão “fazer à bangu”, ou seja, sem cuidado, de qualquer jeito.
Barra da Tijuca
Depósitos de aluvião formados nas desembocaduras de rios e canais são o que se chama de barra. No caso do bairro, o depósito é formado pelo encontro das águas do conjunto de lagoas da região (entre as quais, a Lagoa da Tijuca) com o Oceano Atlântico, através do Canal da Joatinga. Tijuca, por sua vez, significa “água podre” em tupi.
Barra de Guaratiba
Na cartografia do século 17, a área já tinha esse nome, que vem do tupi e significa “sítio em que abundam as garças”. O bairro se encontra na faixa entre manguezais e a Serra Geral de Guaratiba.
Barros Filho
A família Costa Barros era proprietária dos latifúndios na região. O pai passou toda a área para seu herdeiro, Barros Filho. Entre os anos de 1892 e 1898 foi instalada a estação de trem que deu nome ao bairro atravessado pela Avenida Brasil.
Benfica
Antigamente, os moradores chamavam a região de Praia Pequena e Praia Grande devido às praias que existiam no local. A partir de determinado momento, não se sabe ao certo quando, começaram a chamar o local de Benfica. Estudiosos apostam na influência de moradores portugueses, população em massa do local (existe em Lisboa, Portugal, uma região que leva o mesmo nome).
Bento Ribeiro
Homenagem a Bento Manuel Ribeiro Carneiro Monteiro, general e prefeito do Rio de 1910 a 1914, no governo do Marechal Hermes da Fonseca.
Bonsucesso
O nome “Bonsucesso” vem de D. Cecília Vieira de Bonsucesso, que, em 1754, reformou a capela da região, cortada pelo Rio Faria.
Brás de Pina
Brás de Pina era, no século 18, o proprietário da região que originou o bairro. Era, também, contratante da pesca da baleia e mantinha um engenho de açúcar e aguardente. 
Bangu – 
possui 2 versões para o nome: “paredão negro ou escurecido”, numa referência à grande sombra projetada pelo Maciço da Pedra Branca sobre o vale onde Bangu se localiza. A segunda versão atribuí a palavra “banguê” (corruptela de bangu), vocábulo africano, simbolizando uma espécie de padiola construída de couro ou trançado de fibras, amarrada a dois varais e conduzida por dois homens, usada para transporte de cana-de-açúcar, tijolos e outros materiais. É possível, inclusive, que desse processo meio desordenado de transporte tenha surgido a conhecida expressão “à bangu”, que é “fazer alguma coisa sem a menor técnica, de improviso”.
Botafogo
Acabou sendo batizado em 1590, quando Antônio Francisco Velho vendeu suas terras para um amigo, João Pereira de Souza Botafogo. O sobrenome era dado em Portugal aos especialistas em armas de fogo manuais. Brás de Pina – deve-se ao antigo proprietário de suas terras, Brás de Pina, que aqui mantinha um engenho de açúcar no século XVIII.
Cachambi
Caxamby, de origem indígena, significa feixo, laço que amarra o capim ou mato trançado. Suas terras eram formadas por vastos capinzais, muito procurados para alimentar os animais, o que valorizava o terreno.
Camorim
Derivado do tupi camury, que significa “mata com muitos mosquitos”, o nome designa o bairro e sua principal estrada de acesso. Toda essa região pertencia a Gonçalo Correia de Sá, onde, em 1625, mandou levantar a capela de São Gonçalo de Amarante, padroeiro do lugar, que existe até hoje.
Campinho
No cruzamento das atuais ruas Intendente Magalhães e Ernani Cardoso com a Cândido Benício e a Domingos Lopes havia um local em que os viajantes costumavam descansar, próximo a um pequeno campo onde havia uma feira de gado – o campinho, como era chamada -, que acabou dando nome ao lugar.
Campo dos Afonsos
A área era ocupada pelo Engenho dos Afonsos, um vasto campo onde se produzia açúcar e se criava gado. Antes da 1ª Guerra Mundial, o Campo dos Afonsos foi ocupado pela Aeronáutica Civil e Militar e lá foi instalada a primeira escola de aviação do Rio de Janeiro, em 1913.
Campo Grande
As terras que iam do atual bairro de Deodoro, passavam por Bangu e iam até Cosmos faziam parte das paragens conhecidas como o “campo grande”.
Cascadura
A origem do nome do bairro tem três versões: a primeira está ligada à inglesa Maria Graham, que relatou, em 1824, um passeio à Fazenda Real de Santa Cruz, fazendo referência ao local como “Casca D’Ouro”. A segunda remonta à dificuldade que os operários tiveram para abrir, com picaretas, a pedreira na construção da estrada de ferro – o conjunto de pedras ganhou o apelido de “casca dura”. A terceira, por fim, diz respeito a um dos primeiros moradores da região, um comerciante bastante difícil, fechado para negociações e doações.
Caju
As chácaras e sítios da região tinham muitos cajueiros, daí o nome do bairro. Mas há outra versão que diz ser devido  a um morro localizado no bairro que tinha o formato de uma castanha de caju
Catete
Significa, em tupi, “mato fechado”, e correspondia a um braço do Rio Carioca que contornava o outeiro da Glória e desembocava no mar.
Catumbi
A origem do bairro é um arraial às margens do Rio Catumbi (“água do mato escuro” ou “rio sombreado”) habitado por ricos proprietários de terras e escravos.
Cavalcanti
Com a construção da antiga Estrada de Ferro Melhoramentos do Brasil, em 1892, foi implantada na região a estação Cavalcanti, uma homenagem a Matias Cavalcanti, encarregado do tráfego da Central.
Centro
Após a derrota imposta aos franceses invasores em 1567, o núcleo original da Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro foi transferido da Urca para o Morro do Castelo, um local mais protegido dos ataques de estrangeiros e nativos hostis. Aos poucos, a população começou a ocupar a planície localizada entre os morros do Castelo, de Santo Antônio, de São Bento e da Conceição e a aterrar os pântanos e lagoas existentes nesta área central, portanto centro da cidade. O Governador-geral Mem de Sá administrou o Rio até junho de 1568, quando então nomeou seu sobrinho, Salvador Correia de Sá, capitão e governador. Começaram aí, de fato, as atividades econômicas, sociais e o início do desenvolvimento urbano carioca.
Cidade de Deus
Na década de 1960, o governador Carlos Lacerda implementou uma política de remoção das favelas situadas na Zona Sul da cidade. Para isso, autorizou a construção de um grande conjunto habitacional na baixada de Jacarepaguá. Surgiu assim a Cidade de Deus. Desde o planejamento do conjunto, a ideia era usar nomes bíblicos em logradouros. Sendo assim, suas ruas têm nomes de personagens e cidades bíblicas, principalmente do Antigo Testamento.
Cidade Nova
Tem registros que remontam ao período do reinado de D. João VI. Até o início do século XIX, a região era um alagadiço que servia de rota de passagem entre o Centro e as zonas rurais da Tijuca e São Cristóvão. Com os aterros feitos com a intenção de melhorar esta travessia, surgiu o projeto de impulsionar o crescimento da cidade para a área, daí o nome.
Coelho Neto
Originalmente, a região era denominada Areal. A família Amaral era a principal proprietária das terras. Com a implantação da Estrada de Ferro Rio D’Ouro, foi construída a estação do Areal, que depois passou a se chamar Coelho Neto, uma homenagem a Henrique Maximiano Coelho Neto (1864-1934), famoso escritor, jornalista e membro da Academia Brasileira de Letras que ocupou a cadeira 2.
Colégio
Na região onde hoje está o bairro havia apenas um professor público, José Teodoro Burlamaqui. O seu colégio, de 1860, ficava no cruzamento das estradas da Pavuna e Barro Vermelho, cuja continuação ganharia o nome de Estrada do Colégio.
Complexo do Alemão
A ocupação da Serra da Misericórdia ocorreu no início do século 19 com Francisco José Ferreira Rego. Seus herdeiros venderam as terras para Joaquim Leandro da Motta, que dividiu a propriedade em grandes lotes. Um deles foi vendido para Leonard Kacsmarkiewiez, polonês refugiado da Primeira Guerra Mundial que ficou conhecido pelo apelido de “Alemão”, nome depois dado ao morro que lhe pertencia.
Copacabana
Significa mirante do azul, na língua Inca Quichua. Também existe uma cidade boliviana nas margens do Lago Titicaca com o nome de Copacabana. Originalmente, o nome do bairro era Sacopenapã que  era um areal deserto quando pescadores ergueram uma capelinha no extremo sul da praia. Nela foi colocada a cópia de uma imagem de Nossa Senhora de Copacabana, trazida por mercadores de prata bolivianos. A igreja foi destruída para dar lugar ao Forte de Copacabana.
Cordovil
No século 17, as terras pertenciam a Bartolomeu de Siqueira Cordovil. O Engenho dos Cordovil possuía extensos canaviais que se espalhavam pela planície em direção a Irajá..
Cosme Velho
É uma homenagem ao comerciante português Cosme Velho Pereira que, no século XVI, habitava a parte mais alta do vale do Carioca. Na parte mais baixa do vale havia grande número de laranjeiras, também originando o nome do bairro vizinho, “Laranjeiras”.
Cosmos
Nas terras que pertenceram ao Engenho da Paciência, a Companhia Imobiliária Cosmos construiu um grande loteamento, a Vila Igaratá. Quando foi implantado o ramal ferroviário de Mangaratiba, uma área foi cedida para a construção da Estação Cosmos, inaugurada em 1928, que deu nome ao bairro.
Costa Barros
A região abrigava as fazendas da família Costa Barros, daí o nome do bairro.
Curicica
Corruptela de ya-cury-ycica, “a árvore que baba”, da família das palmáceas, o nome designou também a antiga Estrada de Jacarepaguá que dava acesso à baixada fronteiriça ao Morro Dois Irmãos e limitada pela Estrada de Guaratiba (atual Bandeirantes).
Del Castilho
Com a construção da Estrada de Ferro Melhoramentos do Brasil (depois Linha Auxiliar) em 1892, foi implantada na região a estação Del Castilho, em homenagem a um engenheiro amigo de Paulo de Frontin.
Deodoro
A região era ocupada pelo Engenho Sapopemba (raiz achatada e trançada), fundado por Gaspar da Costa em 1612, e pela fazenda do Gericinó, na extensa baixada do Maciço do Gericinó. Com a chegada da Estrada de Ferro Central do Brasil, foi inaugurada, em 1859, a estação Sapopemba que, depois da instauração da República, passou a se chamar Deodoro em homenagem ao Marechal Deodoro da Fonseca. Ela se tornou uma das maiores do subúrbio.
Encantado
Segundo a tradição local, a origem do nome está relacionada ao rio que corria em suas redondezas, o Rio Faria. Dizia-se que suas águas encantadas tragavam tudo que nelas caíssem, até uma carroça com condutor, cargas e burro.
Engenheiro Leal
Este pequeno bairro situado no sopé do morro do Dendê era terra do Engenho da Portela, da família Cardoso Quintão. Sua origem é a implantação da Estrada de Ferro Melhoramentos do Brasil, depois chamada de Linha Auxiliar, em 1892. Nela, foi instalada a Estação Engenheiro Leal, companheiro de Paulo de Frontin e Magno de Carvalho, no início do século 20.
Engenho da Rainha
As terras pertenciam inicialmente ao Engenho da Pedra ou de Bonsucesso, e se expandiam desde a orla da Baía de Guanabara até Inhaúma. A rainha Dona Carlota Joaquina, esposa de Dom João VI, comprou uma quarta parte do engenho onde havia uma casa de 15 quartos, próxima à atual Rua Dona Luísa. Por isso o nome do bairro.
Engenho de Dentro
O nome surgiu de um engenho de açúcar existente no local, que pertencia ao mestre de campos João Árias de Aguirre, no século XVIII.  A abertura da Estrada de Ferro Dom Pedro II, depois Central do Brasil, trouxe ao bairro grandes oficinas ferroviárias, consideradas as mais importantes da América Latina em 1881. A estação do Engenho de Dentro foi inaugurada em 1873 e, mais tarde, foi demolida. Em 1937, foi construída a atual.
Engenho Novo
O nome tem origem no Engenho Novo dos Jesuítas, construído em 1707.
Estácio
A região era um matagal onde se refugiavam os porcos dos matadouros próximos, daí seu antigo nome de Mata-Porcos. Quando foi se firmando como bairro, com a chegada de cada vez mais moradores, a área passou a se chamar Estácio em homenagem ao fundador da Cidade, Estácio de Sá.
Flamengo
uma homenagem ao navegador flamengo, na verdade holandês, Olivier Van Noort, também conhecido como LeBlond. Há outras duas versões, que vem dos prisioneiros holandeses da região, ou os flamengos. Ou mesmo relacionado aos flamingos que frequentavam a região na época.
Gamboa
A alcunha deste bairro, que tinha uma das mais antigas praias do litoral carioca urbano, está ligada às gamboas ou camboas, pequenas represas feitas pelos pescadores locais para prender os peixes que entravam nas águas calmas entre a Praia da Saúde e o Saco do Alferes.
Gardênia Azul
O bairro fica nas terras do antigo Engenho D’Água de Jacarepaguá, fundado pelo filho do Barão da Taquara, o médico e vereador Francisco Pinto da Fonseca. Na década de 1960, foi implantado o loteamento que deu nome ao bairro, com acesso pelas estradas do Capão (atual Avenida Tenente Coronel Muniz de Aragão) e do Engenho D’Água.
Gávea
Devido à vista privilegiada da Pedra da Gávea (embora esta se localize em São Conrado, outro bairro), que por sua vez foi assim batizada por ter em seu topo uma formação rochosa semelhante à gávea dos navios.
Gericinó
Corruptela de Iarí-Airy (“em cima, no alto”) e Cin-ó (“liso e fechado”), ou seja, “morro liso e fechado”, Gericinó levou o nome do morro homônimo de 889 metros de altura na divisa com o município de Mesquita. O novo bairro foi desmembrado de Bangu oficialmente em 2004.
Glória
O bairro deve seu nome à Igreja de Nossa Senhora da Glória do Outeiro, uma das primeiras construídas na cidade no século XVIII, em torno da qual se consolidou o povoamento da região.
Grajaú
Foi dado em homenagem a cidade de Grajaú, terra natal do engenheiro que projetou, em 1920, o bairro, Antônio Eugênio Richard Júnior, no interior do Maranhão. Várias ruas do bairro tem nome de cidades e rios maranhenses. Richard vem a ser avô de Sergio Castro, empresário do ramo imobiliário e fundador da Sergio Castro Imóveis, logo Richard é bisavô do atual diretor da empresa, Claudio Castro.
Grumari
Do indígena “curu” (seixos, pedras soltas) e “mari” (que produz água), também designa uma árvore encontrada nas encostas da região. Cercada pelas serras do Grumari, de Guaratiba e de Piabas, é a última área natural e preservada do litoral carioca, incluindo a praia do Grumari, a vegetação de restinga e as praias selvagens acessíveis por trilhas.
Guadalupe
O nome do bairro foi uma sugestão de Dona Darcy Vargas, esposa do presidente Getúlio Vargas, em homenagem à padroeira da América Latina, Nossa Senhora de Guadalupe.
Guaratiba
Em indígena, significa “abundância de guarás”, aves aquáticas pernaltas. A Freguesia de Guaratiba foi criada em 1755, por iniciativa de Dom José de Barros Alarcão, com terras desmembradas da Freguesia de Irajá.
Higienópolis
Originalmente, a área era ocupada por uma fazenda com lavouras. Foi, mais tarde, convertida pela família Darke de Matos, proprietária do Café Globo, no bairro “Cidade Jardim Higienópolis”. O projeto é de 1934, durante a gestão do prefeito Pedro Ernesto.
Honório Gurgel
Com a inauguração da Estrada de Ferro Melhoramentos do Brasil (depois Linha Auxiliar), em 1892, a região passou a abrigar a Estação de Munguengue. Mais tarde, ela teve o nome alterado para Honório Gurgel em homenagem ao Tenente Honório Gurgel do Amaral, vereador cujo pai possuía uma fazenda em Irajá.
Humaitá
Seu nome provém da batalha do Humaitá, travada na Guerra do Paraguai. Os índios chamavam a região de Itaóca, devido à gruta que existia naquela área.
Inhaúma
Vem de “i” (água) e “n-hdú” (lodo, lama, barro), ou seja, “água suja”. Designava a extensa planície entre a Baía de Guanabara, a Serra da Misericórdia, e os morros dos Urubus e Juramento. Originalmente existia na região uma aldeia de índios tamoios.
Inhoaíba
O nome é uma corruptela de “nhu” (campo), “ahyba” (ruim), denominação dada pelos indígenas à baixada entre a serra de mesmo nome e Campo Grande. Com a implantação do ramal ferroviário de Mangaratiba, atual ramal de Santa Cruz, foi inaugurada em 1912 a estação Engenheiro Trindade, depois chamada de Inhoaíba. Ficou assim consolidado o nome do bairro. Porém, há quem diga que venha de “Terras do Senhor Aníbal”. Como se falava Nhô Anibal, pegou, foi indo até chegar ao Inhoaíba.
Itanhagá
Este nome tem origem na grande pedra situada à beira da Lagoa da Tijuca: Ita (pedra) e Anhangá (fantasmagórica), ou ”pedra que fala”. Os ventos produziam sons que apavoravam os indígenas.
Ipanema
Significa “águas perigosas” em tupi. Mas o nome não se refere ao bairro e sim a um rio paulista, em Iperó. O bairro recebeu esse em homenagem ao primeiro Barão Conde de Ipanema (não por acaso nome de uma rua em Copacabana), por seu filho o 2º Barão de Ipanema, o Comendador José Antonio Moreira Filho, que adquiriu um dos dois lotes da antiga Fazenda Copacabana. Em 1883 o Barão de Ipanema criou o Loteamento Villa Ipanema, tendo como sócio Antonio José Silva e o autor do projeto, o engenheiro Luís Raphael Vieira Souto, no que viria a ser Ipanema.
Irajá
A origem deste nome tem duas versões. Na primeira, Irajá significa “o mel brota”, nome dado pelos índios Muduriás que habitavam a região. Na segunda, o nome viria de “Aribo” (rio que brota do alto do morro e cai abaixo), referindo-se ao Rio Irajá, que nasce no Morro do Juramento e deságua na Baía de Guanabara..
Jacaré
É uma corruptela de “yacaré” (torto, sinuoso), em alusão às voltas que o Rio Jacaré dá.
Jacarepaguá
Deriva-se de três palavras da língua Tupi-Guarani: YACARE (jacaré), UPÁ (lagoa) e GUÁ (baixa) – A “Baixa lagoa dos jacarés”. Na época da colonização, as lagoas da baixada de Jacarepaguá eram repletas de jacarés.
Jacarezinho
Na região do atual bairro Jacaré existia uma chácara entre o rio e a antiga fábrica Cruzeiro (depois substituída pela General Eletric), ocupada por casebres. Os moradores eram considerados invasores e, a partir da década de 1920, a população foi aumentando devido à instalação de indústrias na região e na Avenida Suburbana (atual Dom Helder Câmara). Com as migrações dos anos 50, a área sofreu adensamento considerável, com consequente valorização da terra, o que levou um de seus donos à justiça para remover os moradores. A população residente reagiu e conseguiu permanecer no local fazendo com que as terras fossem restituídas ao governo. Em 1980, foram realizadas obras de infraestrutura na comunidade (ou favela) do Jacarezinho. Seis anos depois, foi criada a XXVIII Região
Jardim América
Originou-se no Projeto de Arruamento e Loteamento Proletário denominado “Jardim América” em terreno situado à Rodovia Presidente Dutra. O loteamento, de 1957, resultou em 39 logradouros, 2782 lotes residenciais, 124 comerciais e 90 industriais atravessados pelo Rio dos Cachorros e pela faixa das linhas de transmissão elétrica da Light.
Ilha do Governador
Habitada pelos índios Temiminós, que a abandonaram em conseqüência dos ataques de inimigos Tamoios e traficantes franceses de pau-brasil, os quais foram definitivamente expulsos em 1567, pelos portugueses foi doada a 5 de setembro desse ano por Mem de Sá a seu sobrinho Salvador Correia de Sá (o Velho), futuro governador (daí o nome do bairro) da capitania. Ele se instalou na ilha em posição privilegiada, na elevação acima da atual Praia do Engenho Velho, de onde tinha o controle da Baía de Guanabara.
Jardim Botânico
Leva esse nome por ser a localização do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, fundado por Dom João VI.
Jardim Sulacap
Tem como origem o projeto de arruamento e loteamento feito em 1951 pela Cia Sul América Capitalização S.A. (daí o nome), junto à estrada Intendente Magalhães e ao Campo dos Afonsos. O bairro é predominantemente residencial e sua população é formada, em sua maioria, por famílias de militares.
Joá
A denominação do bairro é originária do nome de um antigo morador, o francês Laurence Anchois, cujo sobrenome era pronunciado “Chuá”. Outra versão diz respeito ao morro da região, o Joatinga, que vem de yuá-tinga e significa “limoso, esbranquiçado”
Lagoa
A região tem como referencial histórico e atual a Lagoa de Sacopenapã, nome dado pelos índios Tupinambás, que significava “local ou caminho dos socós”, aves pernaltas comuns nessas paragens. Também a denominavam de Capopenipem, local de raízes chatas do fundo lamacento da lagoa.
Laranjeiras
Na época do Rio Colonial, havia sítios e chácaras com muitas laranjeiras nesta região, o que acabou dando nome ao bairro.
Largo do Pechincha
Recebeu o nome devido ao comércio tradicional e forte, onde funcionava um grande mercado, frequentado por pessoas de todas as partes da cidade que barganhavam na hora de comprar as mercadorias. Então, quando se queria comprar alguma coisa, as pessoas diziam que iam pechinchar no largo.
Leblon
O nome teve sua origem numa chácara pertencente ao holandês Charles Le Blon que existia no local em meados do Século XIX e passou a ser chamado de Campo do Leblon. Em 1845 virou uma fazenda de gado.
Leme
Por causa da Pedra do Leme, contornada pelas praias da Urca e Botafogo e cujo formato, visto de cima, se assemelha ao do leme de um navio.
Lins de Vasconcelos
Médico-Major Modesto Benjamim Lins de Vasconcelos possuía propriedade no alto da Estrada da Serra do Matheus, que depois levou o nome de sua tradicional família, Lins de Vasconcelos.
Madureira
O nome do bairro vem de Lourenço Madureira, que, no século 19, era lavrador e criador de gado em terras da antiga Fazenda do Campinho, existente desde o início do século 17.
Magalhães Bastos
Originalmente, o local era conhecido como Fazenda das Mangueiras e, depois, Vila São José. Com a inauguração do ramal ferroviário de Mangaratiba, em 1878, foi implantada a estação Coronel Magalhães Bastos em homenagem a Antonio Leite de Magalhães Bastos Filho, comandante do primeiro batalhão de engenharia, que deu nome ao bairro.
Mangueira
As terras pertenciam ao Visconde de Niterói e ficavam juntas ao Morro do Telégrafo, assim chamado pela inauguração, em 1852, do primeiro telégrafo aéreo do Brasil, próximo à Quinta da Boa Vista. Ali foi instalada a Fábrica de Fernando Fraga, que produzia chapéus e passou a ser conhecida como Fábrica das Mangueiras pela intensa produção de mangas na região. A indústria acabou adotando o nome de Fábrica de Chapéus Mangueira. A Central do Brasil aproveitou a popularização da alcunha e batizou de Mangueira a estação de trem inaugurada em 1889.
Manguinhos
Como o próprio nome diz, tratava-se de uma grande região alagadiça, repleta de mangues, situada entre o Caju, a Praia Pequena de Benfica e as terras do Engenho da Pedra, prolongamento do antigo Saco de Inhaúma, na Baía de Guanabara. Incluía a ilha do Pinheiro e a ilha do Bom Jardim.
Maracanã
Vem do tupi maraka’nã, que significa papagaio. Provavelmente o rio homônimo recebeu este nome por ter suas cercanias habitadas por uma ou mais espécies destes pássaros.
Maré
Toda a região era constituída por pântanos e manguezais junto à orla da Baía de Guanabara. O termo “maré” tem origem no fenômeno natural que afligia os moradores das palafitas da região a partir da década de 1940.
Marechal Hermes
Fundado em 1913, o bairro foi o primeiro no Brasil implantado como uma vila proletária e planejado para ser estritamente residencial, com direito à infraestrutura de serviços públicos. Foi idealizado pelo então presidente Marechal Hermes da Fonseca para suprir a carência de moradias populares.
Maria da Graça
Na região ficava a Fazenda Maria da Graça, da família Cardoso Martins. Foi adquirida, mais tarde, pela Companhia Imobiliária Nacional que, em 1934, fez o arruamento e loteamento do bairro.
Méier
As terras abrigavam, no início do século 19, a extensa Quinta dos Duques, de José Paulo da Mata Duque Estrada e Dulce de Castro Azambuja. A filha do casal, Jerônima Duque Estrada, casou-se com o guarda-roupas do Paço, o Comendador Miguel João Meyer, descendente de alemães. O primogênito dos nove filhos, Augusto Duque Estrada Meyer, se destacou como acompanhante do Imperador Dom Pedro II, recebendo o título de Camarista e extensas terras abrangendo desde a Estrada Grande (atual Dias da Cruz) até a Serra dos Pretos Forros. O Camarista Meyer abriu várias ruas em suas propriedades, dando a elas nomes de seus familiares, como Carolina MeyerFrederico Meyer e Joaquim Meyer. Formava-se o atual bairro do Méier, versão aportuguesada do sobrenome.
Olaria
Em 1820, Francisco José Pereira Rego comprou terras entre o Caminho da Matriz (Itararé) e o Morro da Penha. Ali, a família Rego viria a instalar várias olarias para atender a vizinhança, aproveitando o terreno de barro vermelho. Outras fábricas de tijolos surgiram fazendo com que o local ficasse conhecido como “região das olarias”.
Oswaldo Cruz
Com a implantação da Estrada de Ferro Dom Pedro II, depois Central do Brasil, foi fundada na região, em 1898, a Estação Rio das Pedras. Mais tarde, o nome mudou para Oswaldo Cruz em homenagem ao grande médico sanitarista que erradicou a febre amarela no Rio de Janeiro e implantou o Instituto em Manguinhos.
Paciência
Deve seu nome ao Engenho da Paciência, de João Francisco da Silva, a mais antiga e importante fazenda de cana existente no Brasil. Ficava na Estrada Real de Santa Cruz, onde, no início do século 19, se hospedavam príncipes e nobres nas excursões à Fazenda Real.
Padre Miguel
O nome homenageia o Padre e Monsenhor Miguel de Santa Maria Mochon, espanhol de Andaluzia e vigário de Realengo. Nascido em 1879, Padre Miguel foi o reformador da Igreja Nossa Senhora da Conceição e o criador da primeira Escola Regular da Região, estendendo suas viagens de catequização aos engenhos de Nossa Senhora da Conceição da Pavuna e do Botafogo. Além de incentivar o teatro amador, foi o segundo personagem da cidade a exibir filmes de curta duração – sua casa paroquial se transformou em sala de projeção e cinema de referência local.
Parada de Lucas
O nome se refere a José Lucas de Almeida, um próspero agricultor que morreu aos 94 anos de idade. Quando da implantação da Estrada de Ferro Leopoldina (antiga Estrada de Ferro Norte), José Lucas doou parte de suas terras para uma parada de trens que, em 1949, tornou-se a estação Parada de Lucas.
Parque Anchieta
Parque Anchieta é um desmembramento do bairro de Anchieta que tem como origem loteamento de 1969 compreendendo 1639 lotes, 27 ruas e quatro praças.
Parque Colúmbia
Em 1956 surgiu um Projeto de Arruamento e Loteamento Misto, Proletário e Industrial, a 229 metros da rodovia Presidente Dutra, entre o Rio Acari e a Rua Embaú, resultando em sete ruas. O projeto foi implantado na propriedade da empresa Ferrometais Colombo Comércio e Indústria S.A., daí o nome Parque Colúmbia.
Paquetá
A ilha foi descoberta em 1556 por André Thevet, cartógrafo de Villegagnon, durante a invasão francesa ao Rio de Janeiro. Nome dado pelos Tamoios, Paquetá vem de “Pac” (paca) e “eta” (muitas), significando “lugar de muitas pacas”. Outros dizem que pode significar muitas conchas, ou muitas pedras. Mas escritos de André Thevet  narra a abundância na ilha do animal Pacarana, parente próximo da paca.
Pavuna
Vem do indígena “pabuna” ou “ypabuna”, que significa lugar ou região escura, sombria. A palavra deu nome ao bairro e ao rio de 14 quilômetros de curso que separa o Rio dos municípios da Baixada Fluminense. No século 16, os franceses registraram aldeias de índios Tupis em seus mapas, e uma delas, a aldeia de Upabuna, estaria às margens do referido rio.
Pedra de Guaratiba
Sua denominação teve origem na partilha das terras da região de Guaratiba entre os herdeiros de seu primeiro donatário, Manoel Velloso Espinha. Com a sua morte, seus dois filhos Jerônimo Velloso Cubas e Manoel Espinha Filho herdaram a freguesia de Guaratiba. Através de mútuo entendimento, dividiram entre eles as terras herdadas do pai, ficando Jerônimo com a parte norte e Manoel com a leste, tendo o Rio Piraquê como marco divisório.
Penha
Em homenagem à Nossa Senhora da Penha, por causa de uma lenda de um viajante francês que percorria o Brasil e estava em São Paulo. Uma noite pernoitou lá pelos lados de onde hoje é o bairro. Amarrada ao cavalo estava uma imagem de Nossa Senhora. Ele acordou no outro dia e pôs-se a caminho. Léguas mais tarde deu pela falta da santa, voltou e encontrou a imagem no mesmo lugar onde estava dormindo. Colocou-a de volta no alforje e partiu. Horas depois o viajante descobre que a Nossa Senhora não está mais com ele. Volta novamente, e lá está ela, no mesmo lugar. Aí chegou à conclusão que a santa escolhera aquele lugar para ficar. Assim o francês construiu ali uma capela. Já a história oficial diz quea  primeira capela em louvor a Nossa Senhora da Penha foi erguida em Vila Velha, antiga capitania do Espírito Santo, entre 1558 e 1570. A segunda surgiu no Rio de Janeiro após a fundação da Fazenda de Nossa Senhora da Ajuda, propriedade do capitão português Baltazar de Abreu Cardoso. Por volta do ano de 1635, o Capitão Baltazar, ao ser atacado por uma cobra, pediu auxilio a Nossa Senhora da Penha. Agradecido por ter se livrado do perigo, construiu uma pequena capela no alto de suas terras, onde colocou uma imagem da santa. Pessoas que viam a pequena capela à distância logo passaram a subir a grande pedra para rezar e agradecer.
Penha Circular
As origens do bairro coincidem com a história do bairro da Penha. Seu nome vem da existência, no início da década de 1930, de uma linha circular destinada a permitir o retorno dos trens de subúrbios. A linha circular da Penha foi desativada na década de 40, sendo construída a estação de Penha Circular, que deu nome ao bairro.
Piedade
O nome do bairro era “Terra dos Gambás” (por existirem gambás aos montes) e os moradores se reuniram e escreveram uma cartinha para o diretor da Estrada de Ferro Central do Brasil, no fim do século 19, quem teria escrito foi a esposa de Assis Carneiro, leiloeiro e dono de chácara. O texto era o seguinte: “Por piedade, doutor, troque o nome da nossa estaçãozinha”. O apelo acabou dando certo. “O diretor respondeu: “Perfeitamente minha senhora, ela se chamará Piedade”.
Pilares
Em 1873, as fazendas da região pertenciam a Francisca Carolina de Mendonça Zieze e a seu genro Gaspar Augusto Nascente Zieze. Eles doaram o terreno no qual a Irmandade de São Benedito dos Pilares levantaria a sua capela, remodelada mais tarde pelo Padre José Corrêa. Mas o nome Pilares tem duas versões: viria da Venda dos Pilares, devido aos adornos de pedra destacados na edificação, ou do largo do bairro, uma das paradas da Estrada Real de Santa Cruz (depois Avenida Suburbana e, hoje, Avenida Dom Hélder Câmara), onde havia pequenos pilares que serviam para amarrar cavalos, rodeando uma fonte d’água..
Praça da Bandeira
Em 1853, exatamente no local onde hoje está a praça, foi construído o antigo Matadouro da Cidade. Evoluiu em volta dele o Largo do Matadouro, que se tornou o centro de gravidade para o adensamento das cercanias. A região foi urbanizada no início do século 20, após transferência do Matadouro, em 1881, para Santa Cruz. A construção da Avenida Radial Oeste (atual Oswaldo Aranha) e do Trevo das Forças Armadas alterou a área nas décadas de 60/70, assim como a abertura do metrô. A antiga Estação Lauro Müller da Supervia passou a se chamar Praça da Bandeira.
Praça Seca
general Salvador Correia de Sá e Benevides (1601-1688) lutou contra os holandeses em Angola, defendendo os interesses portugueses. Foi governador do Rio de Janeiro por três períodos (1637-1642, 1648-1649 e 1659-1660), levando desenvolvimento à região. Faleceu em Lisboa em 1688, deixando suas terras para o filho, Martim Correia de Sá e Benevides, que se tornou o primeiro Visconde de Asseca e Alcaide-Mór do Rio de Janeiro. Dessa linhagem nobre dos Assecas, o quarto Visconde (1698-1777) foi o responsável pelos primeiros vestígios de povoamento mais efetivos em torno da Praça Seca (corruptela de Praça Asseca, ou Praç’Asseca).
Quintino Bocaiúva
A abertura da Estrada de Ferro Dom Pedro II, depois Central do Brasil, deu ao local a Estação Cupertino (dono de grande pedreira fornecedora para construções na cidade), inaugurada em 1o de maio de 1876. O nome foi mudado em 1912 para Quintino Bocaiúva em homenagem ao parlamentar, jornalista e comandante civil da Proclamação da República, que morou numa chácara nas proximidades.
Ramos
Dona Leonor Mascarenhas de Oliveira deixou, em meados do século 19, treze lotes da Fazenda de Nossa Senhora de Bonsucesso para serem divididos entre parentes e amigos. João Torquato de Oliveira herdou a casa e a fazenda-sede, região dos atuais núcleos de Bonsucesso e Ramos. Em 1870, sua viúva, Francisca Hayden, vendeu ao Capitão Luiz José Fonseca Ramos terras que abrangiam o Sítio dos Bambus, onde Ramos começou a prosperar. O bairro surgiu por obra dos descendentes do Capitão Ramos, quando os trilhos da Estrada de Ferro do Norte (Leopoldina) chegaram à área, onde foi construída a Parada de Ramos.
Realengo
O nome teria como origem o termo Campos Realengos, usado para nomear os campos de serventia pública que eram utilizados, principalmente, para a pastagem do gado por parte dos que não possuíam terra própria. Há uma versão, mais lendária, que diz que significa ‘Real Engenho’, que abreviado lia-se ‘Real Engo.’
Recreio dos Bandeirantes
As terras pertenciam ao Banco de Crédito Móvel, que as loteou em duas glebas. Joseph Weslley Finch comprou, nos anos 20, umas delas e costumava promover visitas de fim de semana para interessados na compra de seus lotes. Muitos paulistas adquiriram terrenos à beira-mar e construíram casas de veraneio. Por isso, a gleba de Finch passou a ser conhecida como Recreio dos Bandeirantes, e foi registrada como Jardim Recreio dos Bandeirantes. Mais tarde, todo o bairro passou a ter o mesmo nome.
Riachuelo
Surgiu nas terras da antiga fazenda do Engenho Novo, desmembrada em chácaras e, depois, ocupadas por loteamentos. A Estação Ferroviária, de 1869, se chamava Riachuelo do Rio em homenagem a uma batalha naval.
Ricardo de Albuquerque
A estação de Ricardo de Albuquerque, inaugurada em 1913, deve seu nome a José Ricardo de Albuquerque, antigo diretor da ferrovia e poeta.
Rio Comprido
É uma referência ao longo Rio Iguaçu, que cruzava a região conhecida como Catumbi Pequeno (compreende atualmente o Rio Comprido e parte do Estácio). A área abrigou o Quartel General do Exército na época de Dom João VI, se tornando um bairro agradável para os ingleses, que nele habitavam em casas próprias ou propriedades cercadas de amplos quintais. A chácara mais famosa foi a do Bispo Frei Antonio do Desterro, erguida no século 17, também conhecida como Casa do Bispo, que serviu de residência episcopal até 1873, quando ali se instalou o Seminário São José. O prédio foi tombado pelo patrimônio histórico.
Rocha
A estação de trem inaugurada em 1885 e extinta em 1960 recebeu o nome de um guarda-cancela da ferrovia, que também batizou o bairro.
Rocha Miranda
As terras pertenciam à Fazenda do Sapê, cujo proprietário, no século 19, era o Barão de Mesquita. Em 1916, a fazenda seria adquirida pela família Rocha Miranda, que promoveu o loteamento da região com a abertura de várias ruas com nomes de pedras preciosas: dos Topázios, das Esmeraldas, dos Rubis, dos Diamantes, Ametistas, Ônix, Turquesas etc.
Rocinha
Sitiantes passaram a ocupar as terras da antiga fazenda Quebra-Cangalha por volta de 1930. Elas foram divididas em pequenas chácaras em que cultivavam hortaliças vendidas na feira do Largo das Três Vendas (atual Praça Santos Dumont, na Gávea). Os comerciantes diziam para os fregueses que seus produtos vinham de suas “rocinhas” no Alto da Gávea e, a partir daí, o nome Rocinha se popularizou.
Sampaio
A estação de trem homônima da região é uma homenagem ao Coronel Sampaio, Patrono da Infantaria.
Santa Cruz
A terra foi a princípio doada a Cristovão Monteiro, depois passou a pertencer a Companhia de Jesus, os jesuítas que colocaram uma grande cruz de madeira, pintada de preto, encaixada em uma base de pedra sustentada por um pilar de granito. Mais tarde, já durante o Império, o cruzeiro seria substituído por outro de dimensões menores. E, atualmente existe uma cruz no mesmo local, mas não é o cruzeiro histórico, e sim uma réplica que foi erigida durante o comando do então Coronel Carlos Patrício Freitas Pereira. O cruzeiro deu nome à Santa Cruz. A poderosa fazenda de Santa Cruz, um imenso latifúndio, se tornou a mais desenvolvida da Capitania, com milhares de escravos, cabeças de gado e variados tipos de cultivo.
Santa Teresa
Antigamente, o bairro se chamava Morro do Desterro, com acesso pela atual Ladeira de Santa Teresa, onde foi construída a capelinha de Nossa Senhora do Desterro, em 1629. Depois, em 1750, o Governador Gomes Freire de Andrade construiu o Convento de Santa Teresa para abrigar a ordem de religiosas.
Santo Cristo
Em 1879, o bairro teve grande parte aterrada pela Empresa de Melhoramentos do Brasil. As Ilhas dos Melões e das Moças, localizadas no antigo Saco do Alferes próximas à atual Rodoviária Novo Rio, foram extintas para a construção do Cais do Porto, no início do século 20. Esses aterros deram origem ao atual bairro de Santo Cristo, cuja Igreja de Santo Cristo dos Milagres, erguida em 1872, localiza-se no atual Largo de Santo Cristo, antigo Largo do Gambá.
Santíssimo
Nesta localidade ficava o Engenho do Lameirão, de Manuel Suzano, com sua capela de Nossa Senhora da Conceição do Lameirão, o templo mais importante das redondezas. Em 1750, a capela teve permissão para manter em sacrário o Santíssimo Sacramento e, para isso, foi criada uma irmandade. Este acontecimento passou a designar de Santíssimo toda a região situada entre Bangu e Campo Grande, batizando o atual bairro.
São Clemente
Por causa de um grande proprietário de terrenos naquela parte da cidade, o Sr. Clemente de Matos, muito devoto do santo do qual havia herdado o nome.
São Conrado
No início do século 20, o Comendador Conrado Jacob Niemeyer possuía grande fazenda na região e nela ergueu uma pequena igreja, em 1916, em devoção a São Conrado.
São Cristovão
O nome se deve à igrejinha dedicada ao santo erguida pela Companhia de Jesus junto à praia habitada apenas por alguns pescadores. Com a expulsão dos jesuítas em 1759 e a chegada da Família Real em1808, a região antes destinada à agricultura e à pecuária foi retalhada e dividida em chácaras, então adquiridas por ricos comerciantes.
São Francisco Xavier
O bairro é um dos menores do Rio. As terras pertenciam ao Engenho Novo dos Jesuítas, construído a partir de 1707. Daí o nome em homenagem a um santo.
Saúde
Recebeu este nome por origem de uma promessa religiosa a Nossa Senhora da Saúde, que salvou a esposa de um rico comerciante português, Manuel Negreiros, que ergueu em 1742 a Capela de Nossa Senhora da Saúde, sobre um morro rochoso de frente ao mar. No século 17, seus trechos eram conhecidos como Valongo e Valonguinho.
Senador Camará
O trem chegou à região por intermédio do ramal de Mangaratiba, sendo inaugurada a estação Senador Camará em 1923, uma homenagem a Otacílio de Carvalho Camará, gaúcho, deputado pelo Distrito Federal (1915) e senador em 1919.
Senador Vasconcelos
Pela região passou a antiga estrada Rio-São Paulo, onde foi instalada, em 1914, a Estação Senador Augusto Vasconcelos. Trata-se de uma homenagem a um senador federal que também deu nome ao bairro.
Sepetiba
Em tupi, significa sítio dos sapês. A região já foi coberta de florestas.
Tanque
No final do século XIX havia grande circulação de bondes com tração animal pela região e esse local fazia parte do trajeto entre a “Porta D’Água”, na Freguesia, e a Taquara. Por isso, em 1875, foi construído um grande reservatório para cavalos e burros matarem a sede. Desde então, passou a ser chamado de Largo do Tanque..
Taquara
É uma espécie de bambu abundante na região, utilizado em cercas e na fabricação de cestos.
Tijuca
O nome Tijuca, de origem indígena, significa água podre, charco ou brejo. Referia-se às lagoas da atual Barra, depois passou para as montanhas, floresta e vertente oposta, correspondendo à antiga região do Andaraí Pequeno que, entre os séculos 19 e 20, transformou-se no atual bairro da Tijuca. Na década de 70, parte do Andaraí Grande foi incorporada a ele.
Todos os Santos
Era inicialmente um prolongamento do Méier. A Estação Ferroviária de Todos os Santos (daí o nome), inaugurada em 1868, foi extinta no final da década de 1960.
Tomás Coelho
Servido pelos trens da antiga Estrada de Ferro Melhoramentos do Brasil (mais tarde Linha Auxiliar), a região ganhou a Estação Tomás Coelho. O nome é uma homenagem ao Conselheiro Thomaz Coelho, Ministro da Guerra no Segundo Reinado que instalou o Colégio Militar na Tijuca, em 1889.
Turiaçu
Corruptela de “tury” ou “tory” (facho) e “açú”, (grande, extenso), significa “fogaréu” ou ainda “fogaréu feito de sapê”. Na região, atravessada pela Estrada do Otaviano, ficava o Engenho do Vira-Mundo, último grande fabricante de rapadura e cachaça depois da decadência do Engenho de Portela.
Urca
Há lendas sobre o nome, tem quem diga que era o nome do navio do holandês Olivier Van Noort, o LeBlond. Outras que é por causa do morro rochoso que lembra um tipo de embarcação antiga usada pelos holandeses para transporte de carga.
Vargem Grande
As terras pertenciam à sesmaria de Gonçalo Correia de Sá. Sua filha, Dona Vitória de Sá, as doaria mais tarde aos Monges Beneditinos. Ali, Frei Lourenço da Expectação Valadares criou, no século 18, a fazenda Vargem Grande, cujas ruínas ainda existem no Sítio Petra, número 10636 da atual Estrada dos Bandeirantes.
Vargem Pequena
A região era parte da enorme sesmaria de Gonçalo Correia de Sá e foi dada em 1628, como dote, a Dom Luiz de Céspedes (governador geral do Paraguai), marido de sua filha, Dona Vitória de Sá. Com a morte dela, em 1667, a propriedade seria deixada para os Monges Beneditinos, que dividiram o Engenho do Camorim da família, criando a fazenda de Vargem Pequena.
Vasco da Gama
Em 1998, ano do centenário do Clube de Regatas Vasco da Gama, um projeto transformou a área onde fica a sede / estádio do clube e suas adjacências, incluindo a Comunidade Barreira do Vasco, no bairro Vasco da Gama.
Vaz Lobo
Grandes chácaras onde se cultivava café, aipim e batata doce, entre os morros do Sapê e da Serrinha, ocupavam a área. Uma delas, a do Capitão-Tenente José Maria Vaz Lobo, no cruzamento com a Estrada de Irajá (atual Avenida Monsenhor Félix), deu nome ao bairro.
Vicente de Carvalho
O nome do bairro se refere a um fazendeiro local, Vicente de Carvalho, que batizaria também a estrada e a estação da Estrada de Ferro Rio D’ Ouro, implantada na segunda metade do século 19.
Vidigal
O major de milícias e intendente da polícia Miguel Nunes Vidigal, de grande influência no Primeiro Império, recebeu dos monges beneditinos, em 1820, extensas terras que iam das encostas da Pedra Dois Irmãos até o mar, onde construiu a Chácara do Vidigal. Em 1886, seus herdeiros venderam a propriedade ao engenheiro João Dantas.
Vigário Geral
Nas terras pantanosas da região havia a Fazenda Nossa Senhora das Graças, que abrigava o Engenho do Vigário Geral, também conhecido como Engenho Velho. O tal vigário geral seria o Cônego Dr. Luiz Borges da Silva Oliveira, dono do Engenho Nossa Senhora das Graças na segunda metade do século 18. No entanto, existem fontes citando o monsenhor Félix de Albuquerque ou o Padre Dr. Clemente de Matos, ambos donos do Engenho de Irajá, como o “Vigário Geral” que deu nome ao bairro.
Vila Cosmos
A Companhia Urbanizadora Imobiliária Kosmos (daí o nome), que algumas vezes é grafado assim com K, construiu o loteamento Vila Florença, implantado em 1930 nas terras de Guilherme Guinle. Atualmente, é um bairro essencialmente residencial, atravessado pela Avenida Meriti.
Vila da Penha
O Projeto de Arruamento e Loteamento da Vila Penha, de propriedade da Empresa Industrial de Melhoramentos do Brasil, elaborado em 1927/1930 e alterado em 1936, consolidou a urbanização do bairro.
Vila Militar
No início do século 20, os batalhões e regimentos da cidade se concentravam próximos ao Centro, em São Cristóvão, no Campo de Santana, no antigo Arsenal de Guerra (atual Museu Histórico), na Fortaleza de São João e na Praia Vermelha. O Marechal Hermes da Fonseca resolveu então transferi-los para uma nova vila militar na zona suburbana, que pudesse se interligar com as unidades de Realengo. No governo Afonso Pena, as fazendas e engenhos da região entre Deodoro e os limites com a Baixada Fluminense começaram a ser desapropriados.
Vila Isabel
Todas as terras do bairro eram da Fazenda do Macaco, limitada pelo Rio Joana, pelo Caminho do Cabuçu (atual Rua Barão do Bom Retiro) e pela Serra do Engenho Novo. Dom Pedro I a presenteou à Imperatriz D. Amélia de Beauharnais, Duquesa de Bragança, sendo frequentes os passeios do casal no local. Com a volta de Dom Pedro a Portugal, a fazenda ficou abandonada, sendo atingida pela epidemia de cólera em meados do século 19. Em 1872, o Barão João Batista de Viana Drummond (mais conhecido por ter inventado o jogo do bicho) comprou a fazenda e montou a Companhia Arquitetônica de Villa Izabel, em homenagem à Princesa Isabel, para a promoção de loteamento. Assim, em 1873, nascia o primeiro bairro planejado da cidade.
Vila Valqueire
No passado, o bairro era ocupado pelo Engenho Valqueire. A origem do nome se deve ao proprietário das terras em meados do século 18, Antonio Fernandes Valqueire. A sede do engenho ainda existe, em ruínas. Sua mais antiga construção é a Igreja São Roque, próxima à Rua Quiririm. Dizia a lenda que o engenho tinha este nome porque era um terreno que media 5 alqueires. Como a placa fazia a indicação com algarismos romanos, V Alqueire virou Valqueire.
Vista Alegre
O projeto imobiliário com o nome de Jardim Vista Alegre (1954) levou à construção de 400 casas na região. Em sua periferia existiam chácaras com hortas, verduras, fazendolas e um grande pântano, repleto de rãs, onde foi construído o chamado Bairrinho. Vista Alegre é um dos menores bairros da cidade.
Por


sábado, 4 de janeiro de 2020

O VOLUNTARISMO de TRUMP no ataque ao IRÃ



A política externa americana está quebrada. O assassinato de Suleimani prova isso. (*)
Um Conselho de Segurança Nacional que funcione corretamente nunca deixaria isso acontecer, por boas razões.
Por Jonathan Stevenson, membro sênior do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos.
4 de Janeiro de 2020 – NEW YORK TIMES

O assassinato do major-general Qassim Suleimani e outros quatro em um ataque de precisão por um drone MQ-9 Reaper no Aeroporto Internacional de Bagdá foi uma demonstração impressionante da proeza militar americana. E liquidou uma figura desestabilizadora: o general era o comandante da Força Quds, responsável pelas operações militares secretas e extraterritoriais do Irã. No esquema das coisas, ele esperava. No entanto, matá-lo fazia pouco sentido estratégico para os Estados Unidos. De certa forma, a coisa mais significativa sobre sua morte é o que mostra sobre o colapso da formulação da política externa americana.

O presidente Trump ordenou o ataque diretamente, motivada pela morte de um empreiteiro americano em 27 de dezembro em um ataque com foguete do Kataib Hezbollah, uma milícia xiita iraquiana patrocinada pelo Irã. Trump não se deu ao trabalho de consultar líderes do Congresso. Como em suas outras exibições de cunho marcial, seu impulso imediato provavelmente foi chocar o público doméstico liberal, sentir-se indiretamente duro e afirmar o poder executivo bruto, seguindo os canais normais de tomada de decisão.
Os presidentes George W. Bush e Barack Obama haviam considerado retirar o general Suleimani, mas o rejeitaram - não por falta de coragem, mas por medo de escalada indevida e guerra desnecessária com o Irã. Os fatos fundamentais no terreno não mudaram, e no tipo de processo interagencial robusto de tomada de decisões de segurança nacional que a equipe do Conselho de Segurança Nacional deve supervisionar, essas preocupações teriam sido sistematicamente levantadas, dissecadas e discutidas, e um consenso alcançado para informar a ação presidencial. Parece que esse processo não ocorreu aqui.

O Pentágono alegou, facilmente, que o general Suleimani foi atingido porque a Guarda Revolucionária planejava ataques a alvos americanos na região. Mas, em uma análise interinstitucional adequada, a comunidade de inteligência poderia ter apontado que a “decapitação” é um meio de prevenção patentemente não confiável - particularmente quando a organização em questão é a Guarda Revolucionária, parte integrante de um estado de segurança considerável profundidade de talento de comando.

Além disso, o Departamento de Estado pode ter notado que, ao lado do líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, o general Suleimani era sem dúvida a figura mais poderosa e venerada do país, e que quando o alvo era um funcionário tão alto e estimado, seus compatriotas provavelmente percebe sua morte como assassinato definitivo. O Departamento de Estado também teria enfatizado que o assassinato era um flagrante casus belli, ou provocação para a guerra.

Se o Departamento de Justiça argumentasse que o assassinato direcionado é distinto do assassinato, que há muito tempo é proibido por ordem executiva, uma série de outras agências governamentais deve ter notado que as percepções são importantes, talvez antecipando a resposta de Khamenei ao ataque mortal: “Sua partida para Deus não termina seu caminho ou sua missão, mas uma vingança forte aguarda os criminosos que têm seu sangue e o sangue dos outros mártires na noite passada em suas mãos. ”
O Conselho de Segurança Nacional, sem dúvida, solicitou à comunidade de inteligência uma avaliação detalhada das possíveis respostas do Irã ao ataque. Os analistas teriam enfatizado a inevitabilidade de ataques letais a interesses americanos e americanos: ataques terroristas a embaixadas ou outras instalações civis ou militares no Oriente Médio e mais longe, escalada militar no terreno na Síria ou no Iraque, ataques cibernéticos, fechamento do Estreito de Hormuz, o Hezbollah ataca Israel, outras operações visando a infraestrutura petrolífera dos Estados do Golfo e acelerando o movimento em direção à ruptura nuclear.

Aprofundando ainda mais, os analistas de inteligência poderiam ter enfatizado a possibilidade de que o ataque ao general Suleimani encoraje uma nova tensão do terrorismo transnacional. Embora reconhecessem que a milícia xiita libanesa Hezbollah, procuradora do Irã no Oriente Médio, resistiu amplamente a se aventurar fora do Oriente Médio nos últimos 25 anos, eles teriam enfatizado que é considerado o grupo armado não estatal mais capaz do mundo, o Equipe A da equipe B da Al Qaeda - uma força que foi moldada e nutrida pelo próprio general Suleimani.

Além disso, um funcionário desse tipo teria alertado que o Hezbollah demonstrou ferozmente sua disposição de processar os interesses iranianos, contra Israel e na Síria. Se o Irã assim o perguntasse, a avaliação poderia ter continuado, o Hezbollah se voltaria para fora, como em 1992, quando bombardeou a Embaixada de Israel em Buenos Aires e matou 29, e em 1994, quando bombardeou um centro comunitário judeu e matou 85 .
Um Conselho de Segurança Nacional que funcionasse adequadamente teria perguntado: Como isso se encaixa na política externa geral da administração?
O Departamento de Estado teria sublinhado que um dos principais objetivos da política iraniana do governo, incluindo a retirada do acordo nuclear iraniano em maio de 2018, era reverter as nefastas atividades regionais do Irã - em particular, intervenção na guerra civil síria, intrigas políticas em Iraque e apoio aos houthis no Iêmen - e que o general Suleimani os supervisionou.

Em resposta, a C.I.A. teria observado que a retirada do general privaria os moderados iranianos, como o presidente Hassan Rouhani e o ministro das Relações Exteriores Javad Zarif, de qualquer margem de compromisso, permitindo que os linha-dura os cooptassem. Assim, a agência teria raciocinado que a morte de um herói nacional da linha dura provavelmente dissolveria qualquer esperança - fraca mesmo antes - de que a abordagem de "pressão máxima" de Trump levaria os iranianos a renegociar o acordo nuclear; em vez disso, poderia provocar vingança na liderança iraniana, que se intensificaria em vez de subjugar essas atividades em seu nome.

Se houvesse um membro de carreira  destacado do Departamento de Estado da por perto - costumava haver muitos, mas seus números diminuíram neste governo - ele pode até ter fornecido o grande quadro estratégico: que a principal contribuição do governo Trump para os estrangeiros americanos tem sido redirecionar a atenção para a concorrência das grandes potências. E enquanto a Rússia e a China são grandes potências, o Irã realmente não é uma delas. Escolha suas lutas, eles disseram.

Uma autoridade discreta, é claro, teria exaltado o fato de o reequilíbrio de Obama com a Ásia e a abordagem diplomática com o Irã apreciarem essa realidade, reduzindo diretamente a antipatia de Trump por comprometer recursos militares ao Oriente Médio. Mas esse funcionário poderia muito bem ter comentado, para enfatizar, que o ex-conselheiro de segurança nacional, John Bolton, foi demitido em parte por sua insistência de falcão na mudança coercitiva de regime em Teerã.
Esse conselheiro poderia ter argumentado que, para um governo que procura administrar a concorrência de grandes potências, é evidentemente ilógico elevar um spoiler regional a um status de grande potência, antagonisticamente mártir de um de seus líderes, revigorar militantes não estatais gratuitamente e colocar os Estados Unidos em um caminho para a guerra em uma região que esperava acalmar.

E um confidente realmente empreendedor pode ter sugerido que uma operação militar sensacional poderia escanear como um esforço cínico para desviar a atenção do impeachment, bem como um exemplo da mesma marca de autocracia interessada pela qual os artigos de impeachment da Câmara cobram ao presidente.

Parece que nenhum desses pontos foi cuidadosamente considerado, revelando a abjeta disfunção e deterioração do processo de segurança nacional sob o comando de Trump. O assassinato do general Suleimani surgiu fora de qualquer contexto político coerente e sem contemplação adequada das consequências estratégicas de curto ou longo prazo. A decisão de Trump parece um ato impetuoso de auto-indulgência ou, um pouco mais provável, uma tentativa calculada de enterrar seus problemas políticos domésticos. Qualquer que seja a razão exata, o ato em si é irreversível e terá sérias conseqüências - precisamente por que mereceu a deliberação sistemática que claramente não recebeu.

(*) Tradução do Google Tradutor

Texto original em inglês para eventual cotejo

American Foreign Policy Is Broken. Suleimani’s Killing Proves It.
A properly functioning National Security Council would never have let it happen, for good reason.
By Jonathan Stevenson
Mr. Stevenson is a senior fellow at the International Institute for Strategic Studies.
Jan. 4, 2020
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The targeted killing of Maj. Gen. Qassim Suleimani and four others in a precision strike by an MQ-9 Reaper drone at Baghdad International Airport was an impressive display of American military prowess. And it liquidated a destabilizing figure: The general was the commander of the Quds Force, which is responsible for Iran’s covert and extraterritorial military operations. In the scheme of things, he had it coming. Yet killing him made little strategic sense for the United States. In some ways, the most significant thing about his death is what it shows about the breakdown of American foreign policymaking.

President Trump ordered the strike directly, prompted by the death of an American contractor on Dec. 27 in a rocket attack by Kataib Hezbollah, an Iranian-sponsored Iraqi Shia militia. Mr. Trump did not bother to consult congressional leaders. As with his other displays of martial fiat, his immediate impulse was probably to shock the liberal domestic audience, vicariously make himself feel tough, and assert raw executive power by going around the normal channels of decision making.

Presidents George W. Bush and Barack Obama had considered taking out General Suleimani but rejected it — not for lack of nerve, but for fear of undue escalation and an unnecessary war with Iran. The fundamental facts on the ground have not changed, and in the kind of robust interagency, national security decision-making process that the National Security Council staff is supposed to supervise, such concerns would have been systematically raised, dissected and discussed, and a consensus reached to inform presidential action. No such process seems to have occurred here.

The Pentagon has claimed, facilely, that General Suleimani was hit because the Revolutionary Guard was planning attacks on American targets in the region. But in a proper interagency review, the intelligence community could have pointed out that “decapitation” is a patently unreliable means of pre-emption — particularly when the organization in question is the Revolutionary Guard, an integral part of a well-honed security state with considerable depth of command talent.

In addition, the State Department might have noted that next to Iran’s supreme leader, Ayatollah Ali Khamenei, General Suleimani was arguably the country’s most powerful and venerated figure, and that when the target was such a senior and esteemed official, his countrymen were likely to perceive his killing as outright assassination. The State Department would also have emphasized that assassination was a flagrant casus belli, or provocation for war.

Had the Justice Department argued that targeted killing is distinct from assassination, which has long been proscribed by executive order, a raft of other government agencies might have noted that perceptions matter, perhaps anticipating Mr. Khamenei’s response to the deadly strike: “His departure to God does not end his path or his mission, but a forceful revenge awaits the criminals who have his blood and the blood of the other martyrs last night on their hands.”


The National Security Council would have undoubtedly asked the intelligence community for a detailed assessment of Iran’s possible responses to the strike. Analysts would have underscored the inevitability of lethal attacks on Americans and American interests: terrorist attacks on embassies or other civilian or military facilities in the Middle East and farther afield, military escalation on the ground in Syria or Iraq, cyberattacks, the closing of the Strait of Hormuz, Hezbollah attacks on Israel, further operations targeting Gulf States’ oil infrastructure, and accelerating movement toward nuclear breakout.

Drilling deeper, intelligence analysts could have stressed the possibility that the strike on General Suleimani might encourage a new strain of transnational terrorism. While acknowledging that the Lebanese Shiite militia Hezbollah, Iran’s proxy in the Middle East, has largely resisted venturing outside the Middle East for the past 25 years, they would have stressed that it is considered the most capable nonstate armed group in the world, the A Team to Al Qaeda’s B Team — a force that was shaped and nurtured by General Suleimani himself.

What’s more, such an official would have warned, Hezbollah has fiercely demonstrated its willingness to prosecute Iranian interests, against Israel and in Syria. If Iran so asked, the assessment might have continued, Hezbollah would turn outward, as it did in 1992, when it bombed the Israeli Embassy in Buenos Aires and killed 29, and in 1994, when it bombed a Jewish community center there and killed 85.
An appropriately functioning National Security Council would have asked: How does this fit in the administration’s overall foreign policy?

The State Department would have underlined that a chief objective of the administration’s Iran policy, including its withdrawal from the Iran nuclear deal in May 2018, was to roll back Iran’s nefarious regional activities — in particular, intervention in the Syrian civil war, political intrigue in Iraq and support for the Houthis in Yemen — and that General Suleimani oversaw them.

In response, the C.I.A. would have observed that taking out the general would deprive Iranian moderates, like President Hassan Rouhani and Foreign Minister Javad Zarif, of any leeway for compromise, enabling hard-liners to co-opt them. Thus, the agency would have reasoned, the killing of a hard-line national hero would most likely dissolve any hope — dim even beforehand — that Mr. Trump’s “maximum pressure” approach would move the Iranians to renegotiate the nuclear deal; it might instead stir vengeance in the Iranian leadership, which would intensify rather than subdue those activities in his name.

Had there been a distinguished senior career State Department officer on hand — there used to be many, but their numbers have dwindled in this administration — he or she might even have provided the big strategic picture: that the Trump administration’s one major contribution to American foreign policy has been to refocus attention on great-power competition. And while Russia and China are great powers, Iran really isn’t one. Pick your fights, they’d have said.

A discreet official, of course, would have elided the fact that Mr. Obama’s rebalance to Asia and diplomatic approach to Iran appreciated this reality, cutting straight to Mr. Trump’s own antipathy to committing military resources to the Middle East. But that official might well have commented, for emphasis, that the former national security adviser, John Bolton, was dismissed in part over his hawkish insistence on coercive regime change in Tehran.

That adviser could have argued that for an administration looking to manage great-power competition, it is patently illogical to elevate a regional spoiler to great-power status, antagonistically martyr one of its leaders, gratuitously invigorate nonstate militants, and set the United States on a path toward war in a region it had hoped to calm.

And a really enterprising confidant might have intimated that a sensational military operation could scan as a cynical effort to divert attention from impeachment, as well as an example of the same brand of self-interested autocracy with which the House’s articles of impeachment charge the president.

It seems like none of these points were carefully considered, revealing the abject dysfunction and deterioration of the national security process under Mr. Trump. The killing of General Suleimani arose outside of any coherent policy context, and without adequate contemplation of near- or long-term strategic consequences. Mr. Trump’s move looks like either an impetuous act of self-indulgence or, somewhat more probable, a calculated attempt to bury his domestic political troubles. Whatever the precise reason, the act itself is irreversible, and will have serious consequences — precisely why it merited the systematic deliberation that it clearly did not receive.