Secretário da Casa Civil
fala sobre os planos de saúde da Prefeitura do Rio
A principal mudança
será para os clientes da Amil, já que a empresa não se credenciou para renovar
o contrato com o município a partir de 1º de junho
ALESSANDRA HORTO
Rio
- Os novos modelos de planos de saúde propostos pela Prefeitura do Rio deixaram
em alerta os servidores municipais que têm contratos com a Assim e a Amil,
atuais operadoras. A principal mudança será para os clientes da Amil, já que a
empresa não se credenciou para renovar o contrato com o município a partir de
1º de junho. Eles terão que migrar para a Assim ou Caberj se desejarem
continuar com o mesmo modelo contratual.
A alternativa criada pelo Executivo
municipal foi a oferta de um novo modelo, o coletivo empresarial, que permitirá
ao servidor contratar planos como Unimed, Golden Cross e Sul América, com opções
de redes de cobertura e coparticipação.
Confira a seguir
entrevista exclusiva com o secretário da Casa Civil, Guilherme
Schleder.
Foto: Bruno
de Lima / Agência O Dia
O DIA: Quais são os motivos que levaram à Prefeitura do Rio a oferecer
uma nova modalidade de contrato de plano de saúde para os servidores, onde não
haverá mais contrapartida do município?
GUILHERME: Foram
vários acontecimentos que precisam ser esclarecidos. Desde que o prefeito
Eduardo Paes assumiu o Rio, ele sempre teve o objetivo de oferecer planos de
saúde de qualidade para o servidor. Nos últimos quatro anos, o plano de saúde
da Amil foi aumentando muito o quantitativo e o município foi absorvendo
importante parte do custo. No ano passado, nas negociações para a renovação do
modelo atual — e entendendo que a Amil era um plano de saúde importante, que o
servidor estava satisfeito — tentamos segurar ao máximo a operadora. A
prefeitura vinha concedendo aumentos normais, nada mais natural. Em 2014 foi de 12%, que não
afetou com o servidor, pois o Executivo arcou com todo o aumento.
Quais eram as propostas apresentadas pela Amil que o município tentou
negociar?
Pelas contas da
Amil, o servidor teria um aumento de cerca de 40% e o município de 26%. Além
disso, o plano tinha uma série de exigências, como a impossibilidade de novas
adesões e também a co-participação do servidor nos serviços. Isso
inviabilizaria o servidor ficar satisfeito. Não acho errado, desde que isso
fosse cobrado desde o começo. Eles queriam mudar as regras no meio do jogo. E
mesmo com a Prefeitura do Rio sangrando, o prefeito abrindo o cofre em um
momento que o país passa, seria impossível agradar ao servidor nesse novo
mecanismo. Começamos a pensar nisso há uns quatro meses, quando entrou a Caixa
de Assistência à Saúde (Caberj) no atual modelo e a Assim permaneceu.
Com a entrada da Caberj e a permanência da Assim, por que abrir um novo
modelo?
Quando abrimos o
credenciamento ano passado, entraram Caberj e Assim. Como a gente não tinha uma
segurança e como não temos experiência de saber como será a atuação da Caberj,
a gente não quer deixar o servidor só na mão da operadora. Estamos abrindo
outro credenciamento que vai permitir a entrada da Unimed, Golden Cross e Sul
América, em condições muito melhores do mercado.
Haverá carência para o servidor?
O servidor não terá
carência. O período de migração deve começar a partir do dia 16 deste mês.
Hoje, o servidor que está na Assim vai decidir se vai manter ou pesquisar para
onde vai. O da Amil terá que decidir se vai para a Assim ou Caberj e ter o
mesmo tipo de regras já em vigor ou então migrar para a Unimed, Golden Cross ou
Sul América. Ele terá um leque de opções. Vai depender de quanto ele vai poder
pagar e o principal, terá 30 dias de carência em todas as situações. Na nova
modalidade terão que ser ofertados planos com ou sem co-participação. E será
necessário apresentar planos com abrangência, rede superior ou inferior para
que haja alternativas de escolha.
Quais são as principais projeções de migração para os planos coletivos
empresariais?
Temos vários
cenários, mais ainda muito no âmbito da suposição. Se pensarmos nas vidas da
Amil, por exemplo, são 50 mil, sendo praticamente metade nos planos superiores.
Imaginamos que deste público de 25 mil, 80% vão migrar para os planos coletivos
empresariais.
A Prefeitura deixa de ter quanto de contrapartida?
A prefeitura hoje
gasta do dinheiro do município R$ 4 milhões por mês. Com esse decréscimo de 80%
da Amil, ficaria R$ 1 milhão. A gente começou a ter déficit quando, lá atrás,
demos aumento de 12% para a Amil sem repassar para o servidor.
Qual cenário atual de receitas e despesas do Fundo de Assistência à
Saúde do Servidor Municipal?
Os 2%
pagos pelo servidor correspondem a R$ 5,4 milhões por mês e os 3% da prefeitura
são R$ 8 milhões mensais. A receita atual é de R$ 13,4 milhões/mês. As despesas
com a Amil são R$ 8 milhões por mês e a Assim, R$ 9,9 milhões. Total de R$18
milhões. O déficit então é de R$ 4,6 milhões/mês.
O senhor falou que fez vários cenários, pode dar alguns exemplos?
Em todos eles temos
a homologação da Caberj e da Assim com início em junho, reajuste de contrato de
12% em junho de 2016 e reajuste da receita do FASS em 7% no mês de julho de
cada ano. Sem evasão do servidor, o complemento do Tesouro seria de R$ 35,7
milhões somando o saldo de 2015 e 2016. Se for 15% de evasão, será de R$ 38
milhões e 30% de saída, o complemento será de R$ 43,8 milhões.
A principal preocupação do servidor é se será obrigatório mudar do atual
Plano de Saúde do Servidor Municipal (PSSM) para o plano coletivo empresarial.
Quando se fará o esclarecimento?
Muitos estão com
receio de que serão obrigados migrar para novos planos. Vamos divulgar nos
sites. Sabemos que mudanças sempre geram confusão e estamos atentos. Nossa
maior preocupação é com clientes da Amil. Mas nada contra, são coisas normais
de briga de empresas.
(Reprodução de reportagem do jornal O DIA)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Fique à vontade para comentar...