quarta-feira, 11 de março de 2015


CRÔNICA dos NOMES.
(Tem que ser lida até o fim...)
 (01/02/2015)

Sempre me interessei por nomes e sobrenomes e respectivos significados. Coisa minha, coisa muito minha. Às vezes fico deliciosamente surpreendido, mais ainda quando, de origem estrangeira, são traduzidos. Exemplo:

“HIRSCH”: é sobrenome alemão, soa bem, até dá um ar de importância a quem o fala ou tem... Pois é... Entretanto, “Hirsch” quer dizer “VEADO”... Isto mesmo que você está lendo: “veado”. Em alemão ou inglês pode parecer legal, Herr Hirsch, Mr, Hirsch, mas no Pindorama seria “Sr. Veado”, “Seu Veado”... 

Imagine isto no cotidiano, por exemplo o carteiro: “carta pro seu Veado!”; ou numa fila de cartório: “por favor, podem entrar “seu Oliveira, seu Antonino e seu Veado...”; ou num hospital do SUS, pelo alto-falante: “Dr. Veado comparecer à urologia...” (Sei que no Brasil é difícil alguém ser chamado pelo sobrenome, mas no caso de “Veado”,o brasileiro abriria uma exceção...)

Gosto de meu nome “Jorge”; do de meu irmão “Luiz”; de minha irmã “Angela”; de minha filha “Juliana”; de minha esposa “Maria”; do nome de mamy “Carmita” e até de meu pai “Aldahyr”, nome esquisito, raro, mas meu pai soube dignifica-lo...  

Meu avô materno se chamava “Astrolábio”. Oi? “Astrolábio”, e ainda tinha (eita!) Izidoro, Astrolábio Izidoro... Caramba, quando garoto achava esquisitíssimo, porque astrolábio, pra mim, era uma daquelas “grandes invenções” que haviam tornado possível as “grandes navegações”. Mais tarde, adulto e professor, vim a saber que “Astrolábio” era filho de Abelardo e Heloísa, dois personagens da história medieval que viveram um amor quase impossível.

Mas há nomes pelos quais tenho antipatia: Shirley e Suely. Tenho colegas, amigas e conhecidas com este nome, e gosto muito delas. Mas dos nomes... Eu acho que “Suely” e “Shirley” são nomes de ...  travestis, que ficam bem em travestis... Juro! Pura antipatia por estes nomes! Antipatia gratuita! Por quê? Sei lá...

Há nomes que são inadequados... Coisa minha, claro, mas nem tanto... Como exemplos , cito ZILDA, OLGA e ODETE. Imaginem uma bebezinha bonitinha, fofinha, bochechas rosadinhas com o nome de ... Zilda? Odete? Olga? Me desculpem, Zilda, Odete ou Olga são nomes de avós, de tias velhas, não de uma meninha fofinha... Chamar uma criança de Zilda é palavrão...

Ainda sobre inadequação, temos a involuntária. O sujeito é grandalhão e se chama “Paulo”... ; ora, “Paulo” quer dizer “pequeno”... A menina se chama “Bianca” e é pretinha; a outra se chama “Bruna” e é loura, quando “bruna” quer dizer “morena” ou “escura”...;  “Kátia”, uma tremenda piriguete, quando “Kátia” quer dizer “pura”. Como um atleta pode ser “Cláudio”, se “cláudio” quer dizer manco, coxo? E o meu nome Jorge? Quer dizer “agricultor”, ”trabalhador  do campo”...; vocês conseguem me imaginar com uma enxada arando o campo?

Outra inadequação se dá pelo físico e o nome. Sujeito grandalhão, mais de 1,90m; nome: IVO... 3 letras e 2 sílabas...; de outro lado, um tampinha, um espirro de gente, um merdinha de  1,53m de altura; nome:  FREDERICO GUILHERME... muito nome pra pouco baixinho...

Há nomes que traem a origem: Maria,  se  for “Do SOCORRO”, pode acrescentar “oxente!”. É batata...

Às vezes a vida torna o nome uma piada. Meu professor de alemão falava que na Grécia, os alunos mais burros se chamavam “Sócrates”, “Aristóteles”...

Quando minha filha era criança, eu podia apresenta-la “essa é a minha Juliana”, por ter sido prudente e de bom gosto na escolha do nome. O mesmo não aconteceu com um cidadão  que, tomando por base as divas do cinema Ava Gardner e Gina Lollobrigida, batizou a filha como “Avagina”...


Se eu tivesse cometido tamanho desatino, imaginem eu dizendo “essa é a minha Ava...”: provavelmente ririam de mim ou levaria umas boas porradas...

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