CRÔNICA dos NOMES.
(Tem que ser lida até o fim...)
(01/02/2015)
Sempre me interessei por
nomes e sobrenomes e respectivos significados. Coisa minha, coisa muito minha.
Às vezes fico deliciosamente surpreendido, mais ainda quando, de origem
estrangeira, são traduzidos. Exemplo:
“HIRSCH”: é sobrenome
alemão, soa bem, até dá um ar de importância a quem o fala ou tem... Pois é...
Entretanto, “Hirsch” quer dizer “VEADO”... Isto mesmo que você está lendo:
“veado”. Em alemão ou inglês pode parecer legal, Herr Hirsch, Mr, Hirsch, mas
no Pindorama seria “Sr. Veado”, “Seu Veado”...
Imagine isto no cotidiano, por
exemplo o carteiro: “carta pro seu Veado!”; ou numa fila de cartório: “por
favor, podem entrar “seu Oliveira, seu Antonino e seu Veado...”; ou num
hospital do SUS, pelo alto-falante: “Dr. Veado comparecer à urologia...” (Sei
que no Brasil é difícil alguém ser chamado pelo sobrenome, mas no caso de
“Veado”,o brasileiro abriria uma exceção...)
Gosto de meu nome
“Jorge”; do de meu irmão “Luiz”; de minha irmã “Angela”; de minha filha
“Juliana”; de minha esposa “Maria”; do nome de mamy “Carmita” e até de meu pai
“Aldahyr”, nome esquisito, raro, mas meu pai soube dignifica-lo...
Meu avô materno se chamava “Astrolábio”. Oi?
“Astrolábio”, e ainda tinha (eita!) Izidoro, Astrolábio Izidoro... Caramba,
quando garoto achava esquisitíssimo, porque astrolábio, pra mim, era uma
daquelas “grandes invenções” que haviam tornado possível as “grandes
navegações”. Mais tarde, adulto e professor, vim a saber que “Astrolábio” era
filho de Abelardo e Heloísa, dois personagens da história medieval que viveram
um amor quase impossível.
Mas há nomes pelos quais
tenho antipatia: Shirley e Suely. Tenho colegas, amigas e conhecidas com este
nome, e gosto muito delas. Mas dos nomes... Eu acho que “Suely” e “Shirley” são
nomes de ... travestis, que ficam bem em
travestis... Juro! Pura antipatia por estes nomes! Antipatia gratuita! Por quê?
Sei lá...
Há nomes que são inadequados... Coisa minha, claro, mas nem tanto... Como exemplos , cito ZILDA, OLGA e ODETE. Imaginem uma bebezinha bonitinha, fofinha, bochechas rosadinhas com o nome de ... Zilda? Odete? Olga? Me desculpem, Zilda, Odete ou Olga são nomes de avós, de tias velhas, não de uma meninha fofinha... Chamar uma criança de Zilda é palavrão...
Ainda sobre inadequação,
temos a involuntária. O sujeito é grandalhão e se chama “Paulo”... ; ora,
“Paulo” quer dizer “pequeno”... A menina se chama “Bianca” e é pretinha; a
outra se chama “Bruna” e é loura, quando “bruna” quer dizer “morena” ou
“escura”...; “Kátia”, uma tremenda
piriguete, quando “Kátia” quer dizer “pura”. Como um atleta pode ser “Cláudio”,
se “cláudio” quer dizer manco, coxo? E o meu nome Jorge? Quer dizer
“agricultor”, ”trabalhador do campo”...;
vocês conseguem me imaginar com uma enxada arando o campo?
Outra inadequação se dá
pelo físico e o nome. Sujeito grandalhão, mais de 1,90m; nome: IVO... 3 letras
e 2 sílabas...; de outro lado, um tampinha, um espirro de gente, um merdinha de
1,53m de altura; nome: FREDERICO GUILHERME... muito nome pra pouco
baixinho...
Há nomes que traem a
origem: Maria, se for “Do SOCORRO”, pode acrescentar “oxente!”.
É batata...
Às vezes a vida torna o
nome uma piada. Meu professor de alemão falava que na Grécia, os alunos mais
burros se chamavam “Sócrates”, “Aristóteles”...
Quando minha filha era
criança, eu podia apresenta-la “essa é a minha Juliana”, por ter sido prudente
e de bom gosto na escolha do nome. O mesmo não aconteceu com um cidadão que, tomando por base as divas do cinema Ava
Gardner e Gina Lollobrigida, batizou a filha como “Avagina”...
Se eu tivesse cometido
tamanho desatino, imaginem eu dizendo “essa é a minha Ava...”: provavelmente
ririam de mim ou levaria umas boas porradas...
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