OS RISCOS DE MANTER AS ESCOLAS FECHADAS SUPERAM EM MUITO
OS BENEFÍCIOS
Milhões de mentes jovens vão perder
18/07/2020, THE ECONOMIST
Em todo o mundo, as mentes das crianças vão perder. Como a
covid-19 surgiu no início de abril, mais de 90% dos alunos foram excluídos da
escola. Desde então, o número caiu em um terço, pois muitas salas de aula na
Europa e no Leste da Ásia foram reabertas. Mas em outros lugares o progresso é
lento. Alguns distritos escolares americanos, incluindo Los Angeles e San
Diego, planejam oferecer apenas aprendizado remoto quando o novo ano escolar
começar. O governo do Quênia descartou o ano inteiro, deixando seus filhos
ociosos até janeiro. Nas Filipinas, o presidente Rodrigo Duterte diz que não
deve deixar nenhuma criança voltar à sala de aula até que uma vacina seja
encontrada. A África do Sul reabriu os cassinos, mas apenas uma fração das
salas de aula.
Muitos pais estão compreensivelmente assustados. Covid-19 é
novo e pouco conhecido. As escolas são grandes e lotadas. Crianças pequenas não
observam distanciamento social. Cuidado é apropriado, especialmente quando os
casos estão aumentando. Mas, como discutimos antes, os benefícios da reabertura
de escolas geralmente superam os custos.
O novo coronavírus apresenta baixo risco para as crianças.
Estudos sugerem que menores de 18 anos têm um terço a metade menos de chance de
contrair a doença. Pessoas com menos de dez anos, de acordo com números
britânicos, têm uma probabilidade mil vezes menor de morrer do que alguém com
idades entre 70 e 79 anos. Na Suécia, funcionários de creches e escolas
primárias, que nunca fecharam, não eram mais propensos a pegar o vírus do que
aqueles em outros empregos. Um novo estudo com 1.500 alunos adolescentes e 500
professores que haviam voltado para a escola na Alemanha em maio descobriu que
apenas 0,6% tinham anticorpos para o vírus, menos da metade da taxa nacional
encontrada em outros estudos. É verdade que um surto em uma escola secundária
em Israel infectou mais de 150 alunos e funcionários. Mas com precauções, o
risco pode ser minimizado.
No entanto, os custos da falta de escola são enormes. As
crianças aprendem menos e perdem o hábito de aprender. O aplicativo ZOOM é um
péssimo substituto para as salas de aula. As crianças pobres, com menor
probabilidade de ter bons pais com acesso à rede Wi-Fi e com educação, ficam
mais para trás do que seus pares em melhor situação. Os pais que não têm onde
deixar os filhos lutam para voltar ao trabalho. As mães carregam o fardo mais
pesado e, portanto, sofrem um revés maior na carreira. As crianças fora da
escola são mais propensas a sofrer abuso, desnutrição e problemas de saúde
mental.
O fechamento das escolas já é ruim o suficiente nos países
ricos. O dano que eles causam aos pobres é muito pior. Talvez 465 milhões de
crianças que recebem aulas on-line não possam usá-las facilmente porque não
possuem conexão à Internet. Em partes da África e do sul da Ásia, as famílias
estão tão apavoradas que muitos pais estão incentivando os filhos a abandonar
os estudos e começar a trabalhar ou se casar. Quanto mais a escola estiver
fechada, mais essa escolha será lamentável. A organização Save the Children,
uma instituição de caridade, acredita que quase 10 milhões de alunos podem
desistir. A maioria será meninas.
A educação é o caminho mais seguro para sair da pobreza.
Privar seus filhos os condenará a vidas mais pobres, mais curtas e menos
gratificantes. O Banco Mundial estima que cinco meses de fechamento de escolas
reduziriam os ganhos da vida das crianças afetadas por US $ 10 bilhões em
dinheiro de hoje, o equivalente a 7% do atual PIB anual.
Com tais perdas potenciais catastróficas, os governos devem
estar pensando em como reabrir as escolas assim que possível. Esta não deve ser
uma questão partidária, como infelizmente se tornou nos Estados Unidos, onde
algumas pessoas assumem que é uma má idéia simplesmente porque o presidente
Donald Trump propõe. Em alguns países, os sindicatos de professores têm sido
obstrutivos, em parte devido à preocupação justificada com a saúde pública à
medida que os casos aumentam, mas também porque os interesses dos professores
não são os mesmos que os das crianças - especialmente se eles estão sendo
pagos, trabalhando ou não. O principal sindicato de Los Angeles pede que as
escolas permaneçam fechadas até que uma longa lista de desejos seja atendida,
incluindo o sonho ilusório do atendimento universal à saúde na América. As
crianças não podem esperar tanto tempo.
Locais que retomaram os estudos, como França, Dinamarca,
China e Nova Zelândia, oferecem dicas para minimizar os riscos. Eles deixam os
professores mais vulneráveis ficarem em casa. Eles geralmente reduziam o
tamanho das turmas, mesmo que isso significasse que muitas crianças poderiam
passar apenas parte da semana com seus professores. Eles escalonaram horários
para evitar aglomerações nos corredores, nos portões da escola e nos
refeitórios. Eles exigiram ou encorajaram máscaras. Eles aprimoraram os testes
e rastreamentos nas escolas. Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças os
usaram para elaborar diretrizes sóbrias, que incluem medidas como separar as
mesas por um metro e oitenta (embora o vice-presidente desta semana tenha dito
que as escolas deveriam se sentir à vontade para ignorá-las).
Os países europeus esperaram em média cerca de 30 dias após
o pico das infecções antes de retomarem a presença na escola. Tendo começado
dessa maneira, muitos têm relaxado as regras para permitir que a maioria dos
alunos retorne à escola ao mesmo tempo. Não há experiência conhecida de
reabertura de escolas em locais onde o vírus era tão prevalecente quanto no
Arizona, Flórida ou Texas. Esses locais terão que controlar o vírus antes que o
novo termo comece. Provavelmente, isso significa que nem todas as crianças
poderão voltar em período integral ainda. Mas alguns dias por semana com um
professor são melhores que nenhum. E, como na Europa, as escolas podem abrir
mais à medida que a covid-19 recua.
As opções no Sul subdesenvolvido são ainda mais difíceis. Apenas um
quarto das escolas dos países mais pobres tem sabão e água corrente para lavar
as mãos. No entanto, as escolas nesses locais também são onde os alunos são
frequentemente alimentados e vacinados. Fechá-los torna as crianças mais
vulneráveis à fome e ao sarampo, e esse risco quase certamente supera o da
covid-19. O caminho prudente para os governos dos países pobres é, portanto,
agir com ousadia. Enfrente sindicatos e reabra escolas. Realize
campanhas de reinscrição altas, especialmente para meninas. Ofereça pequenas
transferências ou presentes em dinheiro (como máscaras ou canetas) para aliviar
as preocupações dos pais com os custos de levar seus filhos de volta às aulas.
Reabrir as escolas do mundo com segurança não será barato.
Além de bilhões de garrafas de desinfetante para as mãos, será necessária uma
organização cuidadosa, horários flexíveis e assistência para quem ficou para
trás para recuperar o atraso. Custará dinheiro dos contribuintes, mas os
contribuintes também costumam ser pais. Os países ricos devem ajudar os pobres
com alguns dos custos. Por mais elevados que sejam, não são nada como os custos
de deixar a maior geração da história humana crescer em ignorância. ■
(Tradução do Google) *****************************************
(Texto original em inglês)
The risks of keeping schools closed far outweigh the benefits
Millions of young minds are going to waste
18/07/2020
All around the world, children’s minds are going to waste. As covid-19 surged in early April, more than 90% of pupils were shut out of school. Since then the number has fallen by one-third, as many classrooms in Europe and East Asia have reopened. But elsewhere progress is slow. Some American school districts, including Los Angeles and San Diego, plan to offer only remote learning when their new school year begins. Kenya’s government has scrapped the whole year, leaving its children idle until January. In the Philippines President Rodrigo Duterte says he may not let any children return to the classroom until a vaccine is found. South Africa has reopened casinos, but only a fraction of classrooms.
Many parents are understandably scared. Covid-19 is new, and poorly understood. Schools are big and crowded. Small children will not observe social distancing. Caution is appropriate, especially when cases are rising. But as we have argued before, the benefits of reopening schools usually outweigh the costs.
The new coronavirus poses a low risk to children. Studies suggest that under-18s are a third to a half less likely to catch the disease. Those under ten, according to British figures, are a thousand times less likely to die than someone aged between 70 and 79. The evidence suggests they are not especially likely to infect others. In Sweden staff at nurseries and primary schools, which never closed, were no more likely to catch the virus than those in other jobs. A new study of 1,500 teenage pupils and 500 teachers who had gone back to school in Germany in May found that only 0.6% had antibodies to the virus, less than half the national rate found in other studies. Granted, an outbreak at a secondary school in Israel infected over 150 pupils and staff. But with precautions, the risk can be minimised.
However, the costs of missing school are huge. Children learn less, and lose the habit of learning. Zoom is a lousy substitute for classrooms. Poor children, who are less likely to have good Wi-Fi and educated parents, fall further behind their better-off peers. Parents who have nowhere to drop their children struggle to return to work. Mothers bear the heavier burden, and so suffer a bigger career setback. Children out of school are more likely to suffer abuse, malnutrition and poor mental health.
School closures are bad enough in rich countries. The harm they do in poor ones is much worse (see article). Perhaps 465m children being offered online classes cannot easily make use of them because they lack an internet connection. In parts of Africa and South Asia, families are in such dire straits that many parents are urging their children to give up their studies and start work or get married. The longer school is shut, the more will make this woeful choice. Save the Children, a charity, guesses that nearly 10m could drop out. Most will be girls.
Education is the surest path out of poverty. Depriving children of it will doom them to poorer, shorter, less fulfilling lives. The World Bank estimates that five months of school closures would cut lifetime earnings for the children who are affected by $10trn in today’s money, equivalent to 7% of current annual gdp.
With such catastrophic potential losses, governments should be working out how to reopen schools as soon as it is safe. This should not be a partisan issue, as it has sadly become in America, where some people assume it is a bad idea simply because President Donald Trump proposes it. In some countries teachers’ unions have been obstructive, partly out of justified concern for public health as cases climb, but also because teachers’ interests are not the same as children’s—especially if they are being paid whether they work or not. The main union in Los Angeles urges that schools remain closed until a long wishlist of demands has been met, including the elusive dream of universal health care in America. Children cannot wait that long.
Places that have restarted schooling, such as France, Denmark, China and New Zealand, offer tips for minimising the risks. They let the most vulnerable teachers stay at home. They commonly reduced class sizes, even though that meant many children could spend only part of the week with their teachers. They staggered timetables to prevent crowding in corridors, at school gates and in dinner halls. They required or encouraged masks. They boosted school-based testing and tracing. The Centres for Disease Control and Prevention has used these to draw up sober guidelines, which include measures such as separating desks by six feet (though the vice-president this week said that schools should feel free to ignore them).
European countries waited on average about 30 days after infections had peaked before they resumed some presence at school. Having started this way, many have since relaxed the rules to let most pupils return to school at the same time. There is no known experience of schools reopening in places where the virus was as prevalent as it is now in Arizona, Florida or Texas. Such places will have to bring the virus under control before the new term begins. This probably means that not all children will be able to go back full-time even then. But a few days a week with a teacher are better than none. And, as in Europe, schools can open up more as covid-19 recedes.
The trade-offs in the global South are even harder. Only a quarter of schools in the poorest countries have soap and running water for handwashing. However, schools in such places are also where pupils are often fed and vaccinated. Closing them makes children more vulnerable to hunger and measles, and this risk almost certainly outweighs that of covid-19. The prudent course for poor-country governments is therefore to act boldly. Face down unions and reopen schools. Conduct loud re-enrolment campaigns, aimed especially at girls. Offer small cash transfers or gifts (such as masks or pens) to ease parents’ worries about the costs of getting their offspring back to class.
Reopening the world’s schools safely will not be cheap. Besides billions of bottles of hand sanitiser, it will require careful organisation, flexible schedules and assistance for those who have fallen behind to catch up. It will cost taxpayers money, but taxpayers are often parents, too. Rich countries should help poor ones with some of the costs. Steep as these will be, they are nothing like the costs of letting the largest generation in human history grow up in ignorance. ■
A cruzada hipócrita de Sérgio Moro contra Jair Bolsonaro
Agora que deixou o governo brasileiro, o ex-juiz e
ex-ministro redescobriu os benefícios do estado de direito que ele contribuiu
para colocar em risco. Não devemos esquecer isso.
Por Gaspard Estrada, The New York Times
9 de junho de 2020
O Brasil está passando por muitas crises ao mesmo tempo. Ele
está prestes a se tornar um dos epicentros globais da pandemia e uma crise
política está se aprofundando a cada dia também.
Nas últimas semanas, pelo menos quatro ministros do governo
Jair Bolsonaro renunciaram ou foram forçados a renunciar. Talvez a demissão
mais desafiadora para o presidente seja a de seu ex-ministro da Justiça, Sérgio
Moro. Quando se demitiu, acusou Bolsonaro de querer interferir politicamente na
polícia federal. Dessa forma, o ex-juiz, que liderou a operação anticorrupção
Lava Jato, deixou clara sua intenção de recuperar o papel de
"justiça" do Brasil que o levou à fama.
Mas, ao fazer isso, Moro se aventura em terrenos pantanosos.
No fundo dessa mudança repentina do ministro estelar de
Bolsonaro para seu perseguidor, há um paradoxo de que os brasileiros não devem
perder de vista: em 2017, como autoridade do judiciário, Moro condenou o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua frase se tornou popular :
"A lei é para todos." Mas quando as informações foram divulgadas
mais tarde sobre como o ex-juiz manipulou os mecanismos de delação
premiadae que ocultou evidências do
processo no Supremo Tribunal Federal - ele sentenciou Lula da Silva por "atos indeterminados ex officio"
com a aprovação do tribunal. do recurso de Porto Alegre, que considerou que a
operação Lava Jato “não precisa seguir regras processuais comuns” -,
ficou evidente que para ele a lei não é a mesma para todos.
Então, quando Moro acusou Bolsonaro de querer politizar a
justiça, tentando interferir com a polícia federal para obter informações de
investigações em andamento, faríamos bem em ver a ironia.
Embora seja essencial investigar a alegada tentativa
de Bolsonaro de interferir em órgãos judiciais autônomos, a justiça e os
cidadãos não devem parar de questionar (e investigar) os métodos de Moro em sua
cruzada anticorrupção quando ele era juiz e seu silêncio e cumplicidade quando
ele era um membro do governo Bolsonaro.
A revelação dos laços entre a família do presidente e as
milícias que controlam grande parte do Rio de Janeiro e as tentativas do
presidente, divulgadas ao público nos últimos meses, de impedir investigações
judiciais dão credibilidade às alegações de Moro. No entanto, o que o ex-juiz
não disse à opinião pública - ou aos policiais que o questionaram recentemente
- é que, segundo algumas investigações jornalísticas, ele também usou sua
influência política como ministro: segundo o próprio Bolsonaro, Moro deu a ele
informações privilegiadas sobre as operações policiais federais em andamento
que poderiam afetar membros de seu governo.
Mesmo antes de sua
chegada ao gabinete de Bolsonaro, durante seu período na
magistratura, Moro deu sinais claros de não respeitar o estado de direito. Como
juiz encarregado de Lava Jato, ele não parou de intimidar e intimidar as poucas
pessoas que o criticaram na época, fossem jornalistas, advogados ou membros da
academia. Embora ONGs como Repórteres Sem Fronteiras ou organizações como a
Ordem dos Advogados do Brasil protestassem contra os métodos de Moro, o juiz
manteve suas práticas e até espionou ilegalmente conversas telefônicas entre
advogados e clientes para antecipar estratégias de defesa.
Em vez de apresentar sua renúncia, Moro limitou-se a pedir
"desculpas" à Suprema Corte. Essa estratégia é comum no governo
Bolsonaro: basta admitir culpa e não sofrer consequências legais. O ministro da
Cidadania Onyx Lorenzoni pediu desculpas por receber dinheiro ilegal por suas
campanhas eleitorais. Em vez de iniciar uma investigação oficial pela polícia
federal - sob seu comando - Moro expressou "admiração" por seu colega
"assumindo a culpa e tomando medidas para reparar seu erro". O
próprio Jair Bolsonaro pediu desculpas (recentemente, a um jornalista que ele
havia silenciado) sem maiores repercussões.
Quando Moro era ministro de Bolsonaro, ficou calado diante
de vários ultrajes democráticos. Ele não disse nada quando o presidente começou
a intervir nos principais organismos estaduais com a intenção de controlá-los.
E foi assim que o Tesouro e os serviços de inteligência foram progressivamente
supervisionados pelo ambiente Bolsonaro. E mesmo alguns dias antes de renunciar
ao cargo, Moro sugeriu ao presidente uma maneira legal de reduzir os poderes de
inspeção do Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental.
Um exercício de memória teria que ser feito: no final de
2018, quando Moro concordou em se juntar ao governo Bolsonaro, ele parecia
vender a ideia de que sua incorporação seria uma garantia de respeito pelo
Estado de Direito. Graças às revelações do jornalista Glenn Greenwald e do arquivo Vaza Jato, hoje conhecemos sua idéia
do Estado de Direito: conluio entre o juiz e a promotoria, seletividade nas
investigações, manipulação de reclamações e motivações financeiras por trás da
faixa "anticorrupção". Quando essas informações foram divulgadas,
Moro respondeu adotando a mesma estratégia do presidente: associar jornalistas
a criminosos e tentar destruir evidências.
Agora que deixou o governo, Moro redescobriu os benefícios
do estado de direito e a liberdade de imprensa que ele contribuiu para colocar
em risco. Não devemos esquecer isso.
Hoje, a democracia brasileira está em perigo. Embora Moro
tenha feito a coisa certa renunciando e denunciando possíveis violações da lei
do presidente, o sistema de justiça brasileiro deve julgar as investigações de
seus métodos como juiz e ministro o mais rápido possível.
Se o próprio Moro quis defender
a democracia do país e impedir que os reveses autoritários aprofundassem a
distopia brasileira, ele deveria desistir de suas ambições políticas e
reconhecer que a corrupção não pode ser combatida usando métodos corruptos. Um
pedido de desculpas não é suficiente.
Gaspard Estrada (@Gaspard_Estrada) é diretor executivo do
Observatório Político para a América Latina e o Caribe (OPALC) da Sciences Po,
em Paris.
O autor é especialista em política latino-americana.
Ameaça de
ação militar sacode o Brasil com aumento de mortes por vírus NY TIMES, 10/06/2020
By Simon Romero, Letícia Casado and Manuela Andreoni
Enquanto o Brasil se recupera de sua pior crise em décadas,
o presidente Bolsonaro e seus aliados estão usando a perspectiva de intervenção
militar para proteger seu poder.
As ameaças estão girando em torno do presidente: as mortes
por vírus no Brasil a cada dia são agora as mais altas do mundo. Os
investidores estão fugindo do país. O presidente, seus filhos e aliados
estão
sob investigação. Sua eleição pode até ser anulada.
A crise tornou-se tão intensa que algumas das figuras
militares mais poderosas do Brasil alertam para a instabilidade - enviando
estremecimentos que podem assumir e desmantelar a maior democracia da América
Latina.
Mas longe de denunciar a idéia, o círculo interno do
presidente Jair Bolsonaro parece estar clamando para que os militares entrem na
briga. De fato, um dos filhos do presidente, um congressista que elogiou a
antiga ditadura militar do país, disse que uma ruptura institucional semelhante
era inevitável.
"Não é mais uma opinião sobre se, mas quando isso
acontecerá", disse recentemente o filho do presidente, Eduardo
Bolsonaro, a um proeminente blogueiro brasileiro, alertando sobre o que ele
chamou de uma "ruptura" iminente no sistema democrático brasileiro.
O impasse traça um arco sinistro para o Brasil, um país que
abalou o domínio militar nos anos 80 e construiu uma democracia próspera. Em
duas décadas, o Brasil passou a representar a energia e a promessa do mundo em
desenvolvimento, com uma economia em expansão e o direito de sediar a Copa do
Mundo e as Olimpíadas.
Desde então, sua economia vacilou, escândalos de corrupção
derrubaram ou enredaram muitos de seus líderes e uma batalha de impeachment
derrubou seu poderoso governo de esquerda.
Bolsonaro, ex-capitão do Exército, entrou nesse tumulto,
comemorando o passado militar do país e prometendo restaurar a ordem. Mas ele
foi criticado por subestimar o vírus, sabotar medidas de isolamento e presidir
cavalheiresco um dos mais altos números de mortes no mundo, dizendo: "Sentimos
muito por todos os mortos, mas esse é o destino de todos".
Ele, sua família e seus apoiadores também estão sendo
perseguidos por acusações como abuso de poder, corrupção e disseminação ilegal
de informações errôneas. No entanto, quase metade de seu gabinete é composta
por figuras militares, e agora, segundo os críticos, ele conta com a ameaça de
intervenção militar para afastar os desafios de sua presidência.
Um general aposentado no gabinete de Bolsonaro, Augusto
Heleno, conselheiro de segurança nacional, abalou o país em maio, quando
alertou sobre "consequências imprevisíveis para a estabilidade
nacional" depois que o Supremo Tribunal permitiu que uma
investigação sobre os
apoiadores de Bolsonaro seguisse adiante.
Outro general, o ministro da Defesa, endossou rapidamente a
provocação, enquanto Bolsonaro atacou também, sugerindo que a polícia ignore as
"ordens absurdas" do tribunal.
“Isso está desestabilizando o país, mesmo durante uma
pandemia”, disse Sergio Moro, ex-ministro da Justiça que rompeu com Bolsonaro
em abril, sobre as ameaças de intervenção militar. Embora considere improvável
uma ação militar, ele acrescentou: “É repreensível. O país não precisa estar
vivendo com esse tipo de ameaça. ”
Líderes políticos e analistas concordam que a intervenção
militar parece improvável. Mesmo assim, a possibilidade está pairando sobre as
instituições democráticas do país, que estão analisando Bolsonaro e sua família
em várias frentes.
Dois dos filhos do presidente estão sob investigação pelo
tipo de campanhas de desinformação e difamação que ajudaram a eleger o pai em
2018. No final do mês passado, a polícia federal invadiu várias propriedades
ligadas a influentes aliados de Bolsonaro. O Tribunal Superior Eleitoral, que
supervisiona as eleições, tem autoridade para usar as evidências do inquérito
para anular a eleição e remover o Sr. Bolsonaro do cargo.
Dois de seus filhos também estão sob investigação por
corrupção, e o Supremo Tribunal Federal recentemente autorizou um inquérito
sobre alegações de que Bolsonaro tentou substituir o chefe da polícia federal
para proteger sua família e amigos.
Até o tratamento da pandemia pelo presidente está sob ameaça
legal: na segunda-feira, um juiz da Suprema Corte ordenou que o governo parasse
de suprimir dados sobre o crescente número de mortos no Brasil.
As ameaças de intervenção militar provocaram uma ampla
reação, mesmo de alguns membros seniores das forças armadas. E o general
Heleno, assessor de segurança nacional, disse mais tarde que não apoiava um
golpe de Estado, alegando que era mal compreendido.
Ainda assim, oficiais militares e civis no próprio governo de Bolsonaro - assim
como aliados do presidente no Congresso, megaigrejas evangélicas e associações
militares - dizem que a manobra visa impedir qualquer tentativa das
instituições legislativas e judiciais do Brasil de destituir o presidente.
Silas Malafaia, um televangelista de direita próximo a
Bolsonaro, insistiu que o presidente não havia lhe contado nenhum plano de
intervenção militar. Ainda assim, ele argumentou que as forças armadas tinham o
direito de impedir que os tribunais ultrapassassem ou até derrubassem o
presidente.
"Isso não é um golpe", disse Malafaia.
"É incutir ordem onde há desordem."
As autoridades pró-Bolsonaro que emitem essas ameaças
geralmente não se referem à maneira como os golpes são realizados na América
Latina, com as forças armadas derrubando um líder civil para instalar um deles.
Em vez disso, eles parecem estar pedindo algo
semelhante ao que aconteceu no Peru em 1992, quando Alberto Fujimori, o líder
de direita, usou as forças armadas para dissolver o Congresso, reorganizar o
judiciário e caçar oponentes políticos.
Bolsonaro, que ainda recebe apoio de cerca de 30% dos
brasileiros, já se apresenta como a personificação da cultura militar
brasileira e retrata as forças armadas como gerentes éticos e eficientes.
As forças armadas do Brasil já exercem influência
excepcional em seu governo. Figuras militares, incluindo generais aposentados,
representam 10 dos 22 ministros no gabinete. O governo nomeou cerca de
2.900 outros membros da ativa das Forças Armadas para postos da administração.
A influência das forças armadas do Brasil estava em exibição
quando os líderes do Congresso os isentaram de uma reforma de aposentadorias em
2019, permitindo que membros das forças armadas evitassem os cortes mais
profundos nos benefícios sofridos por outras partes da sociedade.
A resposta pandêmica de Bolsonaro mostrou o crescente perfil
das forças armadas em seu governo - bem como os riscos para os líderes das
forças armadas quando os brasileiros começam a atribuir culpas quando as coisas
dão errado.
Com base nos sucessos da saúde pública do Brasil no combate
a epidemias anteriores, o Ministério da Saúde pressionou desde o início da
crise por medidas de distanciamento social para retardar a propagação do vírus.
Até Bolsonaro parecia estar de acordo com a abordagem,
dissuadindo os seguidores de participar de comícios de rua. Então ele mudou
abruptamente sua postura, apoiando os punhos do lado de fora do palácio.
Bolsonaro também mudou a liderança da resposta à pandemia
para outro general, Walter Souza Braga Netto, seu chefe de gabinete.
Afastado e frustrando a expansão do uso da
hidroxicloroquina, um medicamento contra a malária promovido por Bolsonaro que
não se mostrou eficaz contra o vírus, o ministro da Saúde foi substituído. Seu
sucessor durou apenas algumas semanas até que ele renunciou, substituído por um
general do exército, Eduardo Pazuello.
Um ex-funcionário do ministério da saúde disse que as
mudanças bruscas criaram uma sensação de caos dentro da agência, resultando em
semanas de disfunção e paralisia no momento mais crucial - quando o país
deveria estar lutando contra a disseminação descontrolada do vírus.
Separadamente, Luiz Henrique Mandetta, ministro da Saúde no
início da pandemia, disse que Bolsonaro valoriza a estabilidade econômica em
detrimento das prioridades de saúde, preferindo uma figura militar à frente do
ministério.
"Ele precisava de alguém como um general ou um
coronel que via o ministério como um trampolim, uma maneira de obter uma
promoção por bravura", disse Mandetta.
O Brasil agora tem mais de 700.000 casos confirmados de
coronavírus, perdendo apenas para os Estados Unidos. Pelo menos 37.000 pessoas
morreram com o vírus no Brasil a partir de terça-feira, com a contagem de
mortes geralmente subindo mais de 1.000 por dia.
A revolta no Brasil está levando os investidores a
correrem para as saídas. A fuga de capitais está atingindo níveis nunca vistos
desde os anos 90. O Banco Mundial espera que a economia contrai 8% este ano. A
produção de automóveis, um pilar da economia outrora próspero, caiu para o
nível mais baixo desde a década de 1950.
Carlos Fico, historiador da Universidade Federal do Rio de
Janeiro que estuda as forças armadas brasileiras, disse que o crescente poder
das forças armadas corria o risco de revelar sua incompetência em áreas
cruciais.
"Eles acham que declarações bombásticas farão as
coisas acontecerem como no campo militar, onde uma ordem é dada e as de menor
escalão obedecem", disse Fico.
Mas com os militares agora guiando a resposta à pandemia,
Fico acrescentou: "Eles correm o risco de serem responsabilizados pela
sociedade pelo que acontecerá a seguir".
Os principais aliados de Bolsonaro insistem que as forças
armadas não têm planos de golpe. "Nenhum general de quatro estrelas é a
favor da intervenção militar", disse Sostenes Cavalcante, um congressista
de direita.
Mas, no mesmo instante, Cavalcante argumentou que algo deve
ser feito para conter o poder da Suprema Corte. Ele argumentou que a conversa
de um golpe de Estado pelo filho de Bolsonaro era apenas uma maneira de
pressionar o judiciário.
"Você pode interpretar isso como a Suprema Corte
ultrapassando sua autoridade", disse Cavalcante.
Ao mesmo tempo, algumas autoridades do governo Bolsonaro
estão examinando ativamente os cenários em que os militares podem intervir. Um
oficial militar do governo que não estava autorizado a falar publicamente disse
que uma intervenção permaneceu fora do radar por enquanto, mas que certas
medidas do judiciário, como ordenar uma busca no palácio de Bolsonaro como
parte de uma investigação, poderiam mudar isso. .
Da mesma forma, acrescentou o funcionário, qualquer
possível anulação da eleição de 2018 por um juiz também seria considerada
inaceitável, porque removeria não apenas Bolsonaro, mas também seu companheiro
de chapa e vice-presidente, Hamilton Mourão, general aposentado.
Mourão afirmou repetidamente que nenhum tipo de intervenção
militar está sendo considerada. Mas mesmo o debate sobre a intervenção militar
está levantando preocupação com a resiliência das instituições democráticas
brasileiras e com o retorno à instabilidade política crônica, com constante
intromissão militar.
Fernando Henrique Cardoso, um ex-presidente civil que foi
exilado durante a ditadura militar, disse que não achava que um golpe fosse
iminente. Mas ele temia que as táticas de intimidação de Bolsonaro pudessem se
intensificar.
Como morrem as democracias? Você não precisa de um golpe
militar ”, disse Cardoso, 88 anos, que já pediu a Bolsonaro que renuncie, a
repórteres.
"O próprio
presidente pode buscar poderes extraordinários, e ele pode consegui-los”
(Publicado em 22/02/2015) ==================================================== 1 - AMARÁS SEUS ALUNOS SOBRE TODAS AS COISAS.
Condição essencial para o professor estar numa escola. "Amar" é gostar de dar aula, estar ali com eles, e não colocá-los no colo. (mas pode fazê-lo, se quiser...) ========================================================= 2 - NUNCA DIGA A UM RESPOSÁVEL QUE O FILHO DELE É "FEIO".
Dependendo da porte, a reação do responsável pode ser de um maribondo ou de uma onça, ambas com graves consequências. ========================================================= 3 - AMARÁS OS RESPONSÁVES.
Todos os responsáveis são gentis até prova em contrário. Geralmente são pessoas cambiantes, ora chamando de "professor", "professora", "tio", "tia", ora chamando de algumas espécies zoológicas, às vezes impublicáveis, por causa do que você fez aos filhos, do que você NÃO fez aos filhos, do que "disseram" que você fez aos filhos, do que "disseram" que você NÃO fez aos filhos, do que "disseram" que "disseram" que você fez aos filhos.
De modo geral, podemos dividir os responsáveis em três grupos: os AUSENTES, os PRESENTES ou NORMAIS , e os ESTRESSADOS.
Os "Ausentes" são os que nunca aparecem, EXCETO para reclamar, às vezes confundindo a turma, os professores e até mesmo as escolas onde os filhos frequentam. De modo geral, surgem pelo que "disseram" de seus filhos. Muitas vezes, vão com amigos, amigas, vizinhos, vizinhas, geralmente mal-encarados e, no caso de acompanhantes homens, com um boné e óculos escuros... Quando são mais ou menos educados falam "merda!"; quando sem polidez nenhuma, impropérios impublicáves. Mesmo estes são ótimos pais, porque tiram os filhos da escola...
Os "Normais" estão sempre presentes. Preocupam-se com os filhos. Respeitam os professores. Às vezes dão lembrancinhas e até fazem bolo no dia de aniversário. Eventualmente são "festeiras": quando sentem que os filhos foram prejudicados, dão o maior "baile" na porta da escola...
Os "Estressados" são aqueles que não xingam, não dão "baile", não reclamam: dão logo queixa na CRE, muitas vezes anônimas, no Programa do Wagner Montes, nos jornais e, em casos extremos, se queixam direto no Ministério Público. Quando eventualmente vão à escola, direção e professores acabam tendo um comportamento presidencial: "eu não sabia..." Sobrevém uma dor de cabeça que pode durar meses... ====================================================== 4. ALUNOS, PROFESSORES, FUNCIONÁRIOS, RESPONSÁVEIS E DIREÇÃO ANDAM "ARMADOS" O TEMPO TODO.
Estas "armas" de ataque e defesa têm o nome genérico de "LEGISLAÇÃO", que funcionam como escudo. Atentem SEMPRE que os "escudos" de professores, funcionários e direção apresentam vulnerabilidades, geralmente saindo derrotados nos confrontos... ======================================================== 5. DIRETORES NÃO SÃO MÁGICOS.
Diretores não usam cartolas donde tiram coelhos ou pombos, mas têm que fazer aparecer coelhos e pombos; diretores não dão nó em pingo d´água, mas têm que tentar; diretores não são santos, mas têm que operar milagres; diretores não dormem, mas têm que dormir; diretores têm direito a férias, mas nelas seguem pensando na escola__ o que é um GRAVE ERRO.
6. REZEMOS PELA SAÚDE DOS PROFESSORES, DIRETORES E FUNCIONÁRIOS.
Professores, diretores e funcionários devem gozar de boa saúde. A saúde pode ser afetada na carne e no espírito. Na carne, são os resfriados, as gripes, os traumas etc. No espírito temos afecções graves de origem bacteriana ou viral. Nas de origem bacteriana, temos as provocadas por "melixandococos", "streptocagandoeandandococos", "quesedanecocos"__ muitas vezes sem febre, como é usual em infecções, mas com variados sintomas de moleza, indisposição, "deitação e rolação" e manifestações explícitas de sacanagem. Nas de origem viral, os vírus "VTNC", "PQPK", "VSF" atacam, provocando letargia, aversão ao trabalho, e sacanagem generalizada.
Importante frisar que o diretor pode ser atacado por uma gripe de nome "Absenteismus influenza", o que o impede de comparecer todos os dias à escola, estando sempre presente, contudo, em reuniões marcadas pela chefia... Esta gripe é crônica e, curiosamente, só é curável com trabalho e não com repouso...
Finalmente, oremos sempre para que duas qualidades andem juntas, como unha e carne, no diretor: sensatez e inteligência. Estas impedem a manifestação de uma doença GRAVÍSSIMA: o VAMPIRISMO GERENCIAL, pela qual professores e funcionários são sugados, sugados e sugados de tal modo, que escola desfalece e até morre...
============================================== 7. PROFESSORES DE EDUCAÇÃO INFANTIL E 1º ANO DEVEM PORTAR UMA VASSOURA.
Pode parecer estranho, mas não é. Todo professor de Educação Infantil e 1º ano têm que dar muita atenção aos seus miudinhos e aos responsáveis dos mesmos, principalmente se estes responsáveis forem mães ou avós. Estas pessoas estão sempre ali, na porta da sala, procurando se informar das crianças. As professoras talhadas para estas séries são educadas e, por vezes, ficam sem jeito de finalizar a conversa. Ficam, ficam e ficam... e a criançada, claro, bagunça pura...
É aí que aparece a vassoura. A professora, ao começar a perceber que a conversa vai render, entra discretamente na sala e coloca a vassoura de cabeça pra baixo atrás da porta... Pronto. Com este expediente, a pessoa irá embora, sem maiores problemas, agradecendo a atenção dispensada...
Algumas pessoas sugerem galho de arruda na orelha. Não convém... Primeiro, porque causaria uma má impressão estética; segundo, porque arruda tem uma conotação um tanto religiosa, ou assim parece a alguns...
A vassoura convém, porque é Folclore. Folclore é cultura. Se a escola é LAICA, arruda na orelha é dúvida razoável, mas vassoura atrás da porta é puro folclore, é cultura.
O Rio de Janeiro tem dezenas de bairros,
alguns com nomes curiosos (como Piedade), outros cercados de lendas (Urca,
Realengo, Valqueire), fora homenagens a grandes proprietários de terras,
famílias antigas e nobres. A maior curiosidade é a história do Leblon, Flamengo
e Urca, que teria o nome devido ao mesmo homem… um holandês, que pensam que é
francês ou flamengo, se chamava Olivier van Noort, o apelido é
Charles LeBron, ou LeBlond e chegou ao Rio em seu
navio URCA. Pode até ser mentira, mas deve ser bem mais
interessante que a verdade. O post é de 2008,
O nome provavelmente tem origem na antiga alcunha da Rua da
Abolição, 13 de maio, dia da abolição dos escravos no Brasil.
ACARI
O nome do bairro vem do Rio Acari. Acari, por sua vez, é um
tipo de peixe. Hoje chamada de Favela de Acari, a região é a junção do Conjunto
Amarelinho, construído no final dos anos 50 na beira da Avenida Brasil, e mais
quatro localidades: Parque (Proletário) Acari, Vila Rica de Irajá, Coroado e
Vila Esperança.
Água Santa
Água mineral jorrava de uma fonte localizada nessa área. Ela
era engarrafada e vendida na região.
Alto da Boa Vista
O nome tem origem na bela paisagem que se admira das
encostas do Maciço da Tijuca. No início era a serra, depois vieram as
plantações de café que desmataram os morros e alteraram a vazão de rios da
região. D. Pedro II determinou em 1861 o reflorestamento de
toda a área, feito pelo Major Archer.
Andaraí
Seu nome provém da expressão indígena “Andirá-y Açu”, que
significa “Rio Grande dos Morcegos”, na linguagem dos índios tamoios que
habitavam a região. O “Rio dos Morcegos” hoje é denominado Rio Joana, que
atravessa o bairro, dividindo as duas pistas da Rua Maxwell. Outra versão diz
que vem do Pico do Andaraí, cuja tradução do tupi para o português seria
“empinado para cima”
Anil
No local, existiram arbustos nativos cujos frutos eram o
anil. Inicialmente, a região era ocupada por engenhos. Depois vieram as
fazendas onde se plantava café.
Bangu
Corruptela de u bang ú (“a barreira negra”) ou bang ú
(“cercado por morros”) na linguagem dos índios. Outra possibilidade está
relacionada à palavra africana bangüê, utilizada pelos escravos para se referir
ao local do engenho onde se guardava o bagaço da cana-de-açúcar que, após
moída, alimentava o gado. O termo ficou consagrado ainda, como denominação de uma
espécie de padiola feita de tiras de couro ou fibras trançadas, usada para
transportar cana-de-açúcar e outros materiais de forma improvisada. Daí nasceu
a expressão “fazer à bangu”, ou seja, sem cuidado, de qualquer jeito.
Barra da Tijuca
Depósitos de aluvião formados nas desembocaduras de rios e
canais são o que se chama de barra. No caso do bairro, o depósito é formado
pelo encontro das águas do conjunto de lagoas da região (entre as quais, a
Lagoa da Tijuca) com o Oceano Atlântico, através do Canal da Joatinga. Tijuca,
por sua vez, significa “água podre” em tupi.
Barra de Guaratiba
Na cartografia do século 17, a área já tinha esse nome, que
vem do tupi e significa “sítio em que abundam as garças”. O bairro se encontra
na faixa entre manguezais e a Serra Geral de Guaratiba.
Barros Filho
A família Costa Barros era proprietária dos
latifúndios na região. O pai passou toda a área para seu herdeiro, Barros
Filho. Entre os anos de 1892 e 1898 foi instalada a estação de trem que deu
nome ao bairro atravessado pela Avenida Brasil.
Benfica
Antigamente, os moradores chamavam a região de Praia Pequena
e Praia Grande devido às praias que existiam no local. A partir de determinado
momento, não se sabe ao certo quando, começaram a chamar o local de Benfica.
Estudiosos apostam na influência de moradores portugueses, população em massa
do local (existe em Lisboa, Portugal, uma região que leva o mesmo nome).
Bento Ribeiro
Homenagem a Bento Manuel Ribeiro Carneiro Monteiro,
general e prefeito do Rio de 1910 a 1914, no governo do Marechal Hermes
da Fonseca.
Bonsucesso
O nome “Bonsucesso” vem de D. Cecília Vieira de
Bonsucesso, que, em 1754, reformou a capela da região, cortada pelo Rio
Faria.
Brás de Pina
Brás de Pina era, no século 18, o proprietário da região que
originou o bairro. Era, também, contratante da pesca da baleia e mantinha um
engenho de açúcar e aguardente.
Bangu –
possui 2 versões para o nome: “paredão negro ou escurecido”,
numa referência à grande sombra projetada pelo Maciço da Pedra Branca sobre o
vale onde Bangu se localiza. A segunda versão atribuí a palavra “banguê”
(corruptela de bangu), vocábulo africano, simbolizando uma espécie de padiola
construída de couro ou trançado de fibras, amarrada a dois varais e conduzida
por dois homens, usada para transporte de cana-de-açúcar, tijolos e outros
materiais. É possível, inclusive, que desse processo meio desordenado de
transporte tenha surgido a conhecida expressão “à bangu”, que é “fazer alguma
coisa sem a menor técnica, de improviso”.
Botafogo
Acabou sendo batizado em 1590, quando Antônio
Francisco Velho vendeu suas terras para um amigo, João Pereira
de Souza Botafogo. O sobrenome era dado em Portugal aos especialistas em
armas de fogo manuais. Brás de Pina – deve-se ao antigo
proprietário de suas terras, Brás de Pina, que aqui mantinha um engenho de
açúcar no século XVIII.
Cachambi
Caxamby, de origem indígena, significa feixo, laço que
amarra o capim ou mato trançado. Suas terras eram formadas por vastos
capinzais, muito procurados para alimentar os animais, o que valorizava o
terreno.
Camorim
Derivado do tupi camury, que significa “mata com muitos
mosquitos”, o nome designa o bairro e sua principal estrada de acesso. Toda
essa região pertencia a Gonçalo Correia de Sá, onde, em 1625,
mandou levantar a capela de São Gonçalo de Amarante, padroeiro do lugar, que
existe até hoje.
Campinho
No cruzamento das atuais ruas Intendente Magalhães e Ernani
Cardoso com a Cândido Benício e a Domingos Lopes havia um local em que os
viajantes costumavam descansar, próximo a um pequeno campo onde havia uma feira
de gado – o campinho, como era chamada -, que acabou dando nome ao lugar.
Campo dos Afonsos
A área era ocupada pelo Engenho dos Afonsos, um vasto campo
onde se produzia açúcar e se criava gado. Antes da 1ª Guerra Mundial, o Campo
dos Afonsos foi ocupado pela Aeronáutica Civil e Militar e lá foi instalada a
primeira escola de aviação do Rio de Janeiro, em 1913.
Campo Grande
As terras que iam do atual bairro de Deodoro, passavam por
Bangu e iam até Cosmos faziam parte das paragens conhecidas como o “campo
grande”.
Cascadura
A origem do nome do bairro tem três versões: a primeira está
ligada à inglesa Maria Graham, que relatou, em 1824, um passeio à
Fazenda Real de Santa Cruz, fazendo referência ao local como “Casca D’Ouro”. A
segunda remonta à dificuldade que os operários tiveram para abrir, com
picaretas, a pedreira na construção da estrada de ferro – o conjunto de pedras
ganhou o apelido de “casca dura”. A terceira, por fim, diz respeito a um dos
primeiros moradores da região, um comerciante bastante difícil, fechado para
negociações e doações.
Caju
As chácaras e sítios da região tinham muitos cajueiros, daí
o nome do bairro. Mas há outra versão que diz ser devido a um morro
localizado no bairro que tinha o formato de uma castanha de caju
Catete
Significa, em tupi, “mato fechado”, e correspondia a um
braço do Rio Carioca que contornava o outeiro da Glória e desembocava no mar.
Catumbi
A origem do bairro é um arraial às margens do Rio Catumbi
(“água do mato escuro” ou “rio sombreado”) habitado por ricos proprietários de
terras e escravos.
Cavalcanti
Com a construção da antiga Estrada de Ferro Melhoramentos do
Brasil, em 1892, foi implantada na região a estação Cavalcanti, uma homenagem
a Matias Cavalcanti, encarregado do tráfego da Central.
Centro
Após a derrota imposta aos franceses invasores em 1567, o
núcleo original da Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro foi transferido da
Urca para o Morro do Castelo, um local mais protegido dos ataques de
estrangeiros e nativos hostis. Aos poucos, a população começou a ocupar a
planície localizada entre os morros do Castelo, de Santo Antônio, de São Bento
e da Conceição e a aterrar os pântanos e lagoas existentes nesta área central,
portanto centro da cidade. O Governador-geral Mem de Sá administrou
o Rio até junho de 1568, quando então nomeou seu sobrinho, Salvador
Correia de Sá, capitão e governador. Começaram aí, de fato, as atividades
econômicas, sociais e o início do desenvolvimento urbano carioca.
Cidade de Deus
Na década de 1960, o governador Carlos Lacerda implementou
uma política de remoção das favelas situadas na Zona Sul da cidade. Para isso,
autorizou a construção de um grande conjunto habitacional na baixada de
Jacarepaguá. Surgiu assim a Cidade de Deus. Desde o planejamento do conjunto, a
ideia era usar nomes bíblicos em logradouros. Sendo assim, suas ruas têm nomes
de personagens e cidades bíblicas, principalmente do Antigo Testamento.
Cidade Nova
Tem registros que remontam ao período do reinado de D. João
VI. Até o início do século XIX, a região era um alagadiço que servia de rota de
passagem entre o Centro e as zonas rurais da Tijuca e São Cristóvão. Com os
aterros feitos com a intenção de melhorar esta travessia, surgiu o projeto de
impulsionar o crescimento da cidade para a área, daí o nome.
Coelho Neto
Originalmente, a região era denominada Areal. A família
Amaral era a principal proprietária das terras. Com a implantação da Estrada de
Ferro Rio D’Ouro, foi construída a estação do Areal, que depois passou a se
chamar Coelho Neto, uma homenagem a Henrique Maximiano Coelho Neto (1864-1934),
famoso escritor, jornalista e membro da Academia Brasileira de Letras que
ocupou a cadeira 2.
Colégio
Na região onde hoje está o bairro havia apenas um professor
público, José Teodoro Burlamaqui. O seu colégio, de 1860, ficava no
cruzamento das estradas da Pavuna e Barro Vermelho, cuja continuação ganharia o
nome de Estrada do Colégio.
Complexo do Alemão
A ocupação da Serra da Misericórdia ocorreu no início do
século 19 com Francisco José Ferreira Rego. Seus herdeiros venderam
as terras para Joaquim Leandro da Motta, que dividiu a propriedade
em grandes lotes. Um deles foi vendido para Leonard Kacsmarkiewiez,
polonês refugiado da Primeira Guerra Mundial que ficou conhecido pelo apelido
de “Alemão”, nome depois dado ao morro que lhe pertencia.
Copacabana
Significa mirante do azul, na língua Inca Quichua. Também
existe uma cidade boliviana nas margens do Lago Titicaca com o nome de
Copacabana. Originalmente, o nome do bairro era Sacopenapã que era um
areal deserto quando pescadores ergueram uma capelinha no extremo sul da praia.
Nela foi colocada a cópia de uma imagem de Nossa Senhora de Copacabana, trazida
por mercadores de prata bolivianos. A igreja foi destruída para dar lugar ao
Forte de Copacabana.
Cordovil
No século 17, as terras pertenciam a Bartolomeu de
Siqueira Cordovil. O Engenho dos Cordovil possuía extensos canaviais que se
espalhavam pela planície em direção a Irajá..
Cosme Velho
É uma homenagem ao comerciante português Cosme Velho
Pereira que, no século XVI, habitava a parte mais alta do vale do
Carioca. Na parte mais baixa do vale havia grande número de laranjeiras, também
originando o nome do bairro vizinho, “Laranjeiras”.
Cosmos
Nas terras que pertenceram ao Engenho da Paciência, a
Companhia Imobiliária Cosmos construiu um grande loteamento, a Vila Igaratá.
Quando foi implantado o ramal ferroviário de Mangaratiba, uma área foi cedida
para a construção da Estação Cosmos, inaugurada em 1928, que deu nome ao
bairro.
Costa Barros
A região abrigava as fazendas da família Costa
Barros, daí o nome do bairro.
Curicica
Corruptela de ya-cury-ycica, “a árvore que baba”, da família
das palmáceas, o nome designou também a antiga Estrada de Jacarepaguá que dava
acesso à baixada fronteiriça ao Morro Dois Irmãos e limitada pela Estrada de
Guaratiba (atual Bandeirantes).
Del Castilho
Com a construção da Estrada de Ferro Melhoramentos do Brasil
(depois Linha Auxiliar) em 1892, foi implantada na região a estação Del
Castilho, em homenagem a um engenheiro amigo de Paulo de Frontin.
Deodoro
A região era ocupada pelo Engenho Sapopemba (raiz achatada e
trançada), fundado por Gaspar da Costa em 1612, e pela fazenda
do Gericinó, na extensa baixada do Maciço do Gericinó. Com a chegada da Estrada
de Ferro Central do Brasil, foi inaugurada, em 1859, a estação Sapopemba que,
depois da instauração da República, passou a se chamar Deodoro em homenagem
ao Marechal Deodoro da Fonseca. Ela se tornou uma das maiores do
subúrbio.
Encantado
Segundo a tradição local, a origem do nome está relacionada
ao rio que corria em suas redondezas, o Rio Faria. Dizia-se que suas águas
encantadas tragavam tudo que nelas caíssem, até uma carroça com condutor,
cargas e burro.
Engenheiro Leal
Este pequeno bairro situado no sopé do morro do Dendê era
terra do Engenho da Portela, da família Cardoso Quintão. Sua origem
é a implantação da Estrada de Ferro Melhoramentos do Brasil, depois chamada de
Linha Auxiliar, em 1892. Nela, foi instalada a Estação Engenheiro Leal,
companheiro de Paulo de Frontin e Magno de Carvalho,
no início do século 20.
Engenho da Rainha
As terras pertenciam inicialmente ao Engenho da Pedra ou de
Bonsucesso, e se expandiam desde a orla da Baía de Guanabara até Inhaúma. A
rainha Dona Carlota Joaquina, esposa de Dom João VI, comprou
uma quarta parte do engenho onde havia uma casa de 15 quartos, próxima à atual
Rua Dona Luísa. Por isso o nome do bairro.
Engenho de Dentro
O nome surgiu de um engenho de açúcar existente no local,
que pertencia ao mestre de campos João Árias de Aguirre, no século
XVIII. A abertura da Estrada de Ferro Dom Pedro II, depois Central do
Brasil, trouxe ao bairro grandes oficinas ferroviárias, consideradas as mais
importantes da América Latina em 1881. A estação do Engenho de Dentro foi
inaugurada em 1873 e, mais tarde, foi demolida. Em 1937, foi construída a
atual.
Engenho Novo
O nome tem origem no Engenho Novo dos Jesuítas, construído
em 1707.
Estácio
A região era um matagal onde se refugiavam os porcos dos
matadouros próximos, daí seu antigo nome de Mata-Porcos. Quando foi se firmando
como bairro, com a chegada de cada vez mais moradores, a área passou a se
chamar Estácio em homenagem ao fundador da Cidade, Estácio de Sá.
Flamengo
uma homenagem ao navegador flamengo, na verdade
holandês, Olivier Van Noort, também conhecido como LeBlond. Há
outras duas versões, que vem dos prisioneiros holandeses da região, ou os
flamengos. Ou mesmo relacionado aos flamingos que frequentavam a região na
época.
Gamboa
A alcunha deste bairro, que tinha uma das mais antigas
praias do litoral carioca urbano, está ligada às gamboas ou camboas, pequenas
represas feitas pelos pescadores locais para prender os peixes que entravam nas
águas calmas entre a Praia da Saúde e o Saco do Alferes.
Gardênia Azul
O bairro fica nas terras do antigo Engenho D’Água de
Jacarepaguá, fundado pelo filho do Barão da Taquara, o médico e
vereador Francisco Pinto da Fonseca. Na década de 1960, foi
implantado o loteamento que deu nome ao bairro, com acesso pelas estradas do
Capão (atual Avenida Tenente Coronel Muniz de Aragão) e do Engenho D’Água.
Gávea
Devido à vista privilegiada da Pedra da Gávea (embora esta
se localize em São Conrado, outro bairro), que por sua vez foi assim batizada
por ter em seu topo uma formação rochosa semelhante à gávea dos navios.
Gericinó
Corruptela de Iarí-Airy (“em cima, no alto”) e Cin-ó (“liso
e fechado”), ou seja, “morro liso e fechado”, Gericinó levou o nome do morro
homônimo de 889 metros de altura na divisa com o município de Mesquita. O novo
bairro foi desmembrado de Bangu oficialmente em 2004.
Glória
O bairro deve seu nome à Igreja de Nossa Senhora da Glória
do Outeiro, uma das primeiras construídas na cidade no século XVIII, em torno
da qual se consolidou o povoamento da região.
Grajaú
Foi dado em homenagem a cidade de Grajaú, terra natal do
engenheiro que projetou, em 1920, o bairro, Antônio Eugênio Richard
Júnior, no interior do Maranhão. Várias ruas do bairro tem nome de cidades
e rios maranhenses. Richard vem a ser avô de Sergio Castro,
empresário do ramo imobiliário e fundador da Sergio Castro Imóveis,
logo Richard é bisavô do atual diretor da empresa, Claudio Castro.
Grumari
Do indígena “curu” (seixos, pedras soltas) e “mari” (que
produz água), também designa uma árvore encontrada nas encostas da região.
Cercada pelas serras do Grumari, de Guaratiba e de Piabas, é a última área
natural e preservada do litoral carioca, incluindo a praia do Grumari, a
vegetação de restinga e as praias selvagens acessíveis por trilhas.
Guadalupe
O nome do bairro foi uma sugestão de Dona Darcy
Vargas, esposa do presidente Getúlio Vargas, em homenagem à
padroeira da América Latina, Nossa Senhora de Guadalupe.
Guaratiba
Em indígena, significa “abundância de guarás”, aves
aquáticas pernaltas. A Freguesia de Guaratiba foi criada em 1755, por
iniciativa de Dom José de Barros Alarcão, com terras desmembradas
da Freguesia de Irajá.
Higienópolis
Originalmente, a área era ocupada por uma fazenda com
lavouras. Foi, mais tarde, convertida pela família Darke de Matos,
proprietária do Café Globo, no bairro “Cidade Jardim Higienópolis”. O projeto é
de 1934, durante a gestão do prefeito Pedro Ernesto.
Honório Gurgel
Com a inauguração da Estrada de Ferro Melhoramentos do
Brasil (depois Linha Auxiliar), em 1892, a região passou a abrigar a Estação de
Munguengue. Mais tarde, ela teve o nome alterado para Honório Gurgel em
homenagem ao Tenente Honório Gurgel do Amaral, vereador cujo pai
possuía uma fazenda em Irajá.
Humaitá
Seu nome provém da batalha do Humaitá, travada na Guerra do
Paraguai. Os índios chamavam a região de Itaóca, devido à gruta que existia
naquela área.
Inhaúma
Vem de “i” (água) e “n-hdú” (lodo, lama, barro), ou seja,
“água suja”. Designava a extensa planície entre a Baía de Guanabara, a Serra da
Misericórdia, e os morros dos Urubus e Juramento. Originalmente existia na
região uma aldeia de índios tamoios.
Inhoaíba
O nome é uma corruptela de “nhu” (campo), “ahyba” (ruim),
denominação dada pelos indígenas à baixada entre a serra de mesmo nome e Campo
Grande. Com a implantação do ramal ferroviário de Mangaratiba, atual ramal de
Santa Cruz, foi inaugurada em 1912 a estação Engenheiro Trindade, depois
chamada de Inhoaíba. Ficou assim consolidado o nome do bairro. Porém, há quem
diga que venhade “Terras do Senhor Aníbal”. Como se falava Nhô
Anibal, pegou, foi indo até chegar ao Inhoaíba.
Itanhagá
Este nome tem origem na grande pedra situada à beira da
Lagoa da Tijuca: Ita (pedra) e Anhangá (fantasmagórica), ou ”pedra que fala”.
Os ventos produziam sons que apavoravam os indígenas.
Ipanema
Significa “águas perigosas” em tupi. Mas o nome não se
refere ao bairro e sim a um rio paulista, em Iperó. O bairro recebeu esse em
homenagem ao primeiro Barão e Conde de Ipanema (nãopor
acaso nome de uma rua em Copacabana), por seu filho o 2º Barão de Ipanema,
o Comendador José Antonio Moreira Filho, que adquiriu um dos dois
lotes da antiga Fazenda Copacabana. Em 1883 o Barão de Ipanema
criou o Loteamento Villa Ipanema, tendo como sócio Antonio José Silva e
o autor do projeto, o engenheiro Luís Raphael Vieira Souto, no que
viria a ser Ipanema.
Irajá
A origem deste nome tem duas versões. Na primeira, Irajá
significa “o mel brota”, nome dado pelos índios Muduriás que habitavam a
região. Na segunda, o nome viria de “Aribo” (rio que brota do alto do morro e
cai abaixo), referindo-se ao Rio Irajá, que nasce no Morro do Juramento e
deságua na Baía de Guanabara..
Jacaré
É uma corruptela de “yacaré” (torto, sinuoso), em alusão às
voltas que o Rio Jacaré dá.
Jacarepaguá
Deriva-se de três palavras da língua Tupi-Guarani: YACARE
(jacaré), UPÁ (lagoa) e GUÁ (baixa) – A “Baixa lagoa dos jacarés”. Na época da
colonização, as lagoas da baixada de Jacarepaguá eram repletas de jacarés.
Jacarezinho
Na região do atual bairro Jacaré existia uma chácara entre o
rio e a antiga fábrica Cruzeiro (depois substituída pela General Eletric),
ocupada por casebres. Os moradores eram considerados invasores e, a partir da
década de 1920, a população foi aumentando devido à instalação de indústrias na
região e na Avenida Suburbana (atual Dom Helder Câmara). Com as migrações dos
anos 50, a área sofreu adensamento considerável, com consequente valorização da
terra, o que levou um de seus donos à justiça para remover os moradores. A
população residente reagiu e conseguiu permanecer no local fazendo com que as
terras fossem restituídas ao governo. Em 1980, foram realizadas obras de
infraestrutura na comunidade (ou favela) do Jacarezinho. Seis anos depois, foi
criada a XXVIII Região
Jardim América
Originou-se no Projeto de Arruamento e Loteamento Proletário
denominado “Jardim América” em terreno situado à Rodovia Presidente Dutra. O
loteamento, de 1957, resultou em 39 logradouros, 2782 lotes residenciais, 124
comerciais e 90 industriais atravessados pelo Rio dos Cachorros e pela faixa
das linhas de transmissão elétrica da Light.
Ilha do Governador
Habitada pelos índios Temiminós, que a abandonaram em
conseqüência dos ataques de inimigos Tamoios e traficantes franceses de
pau-brasil, os quais foram definitivamente expulsos em 1567, pelos portugueses
foi doada a 5 de setembro desse ano por Mem de Sá a seu
sobrinho Salvador Correia de Sá (o Velho), futuro governador
(daí o nome do bairro) da capitania. Ele se instalou na ilha em posição
privilegiada, na elevação acima da atual Praia do Engenho Velho, de onde tinha
o controle da Baía de Guanabara.
Jardim Botânico
Leva esse nome por ser a localização do Jardim Botânico do
Rio de Janeiro, fundado por Dom João VI.
Jardim Sulacap
Tem como origem o projeto de arruamento e loteamento feito
em 1951 pela Cia Sul América Capitalização S.A. (daí o nome), junto à estrada
Intendente Magalhães e ao Campo dos Afonsos. O bairro é predominantemente
residencial e sua população é formada, em sua maioria, por famílias de
militares.
Joá
A denominação do bairro é originária do nome de um antigo
morador, o francês Laurence Anchois, cujo sobrenome era pronunciado
“Chuá”. Outra versão diz respeito ao morro da região, o Joatinga, que vem de
yuá-tinga e significa “limoso, esbranquiçado”
Lagoa
A região tem como referencial histórico e atual a Lagoa
de Sacopenapã, nome dado pelos índios Tupinambás, que significava “local ou
caminho dos socós”, aves pernaltas comuns nessas paragens. Também a denominavam
de Capopenipem, local de raízes chatas do fundo lamacento da lagoa.
Laranjeiras
Na época do Rio Colonial, havia sítios e chácaras com muitas
laranjeiras nesta região, o que acabou dando nome ao bairro.
Largo do Pechincha
Recebeu o nome devido ao comércio tradicional e forte, onde
funcionava um grande mercado, frequentado por pessoas de todas as partes da
cidade que barganhavam na hora de comprar as mercadorias. Então, quando se
queria comprar alguma coisa, as pessoas diziam que iam pechinchar no largo.
Leblon
O nome teve sua origem numa chácara pertencente ao
holandês Charles Le Blon que existia no local em meados do
Século XIX e passou a ser chamado de Campo do Leblon. Em 1845 virou
uma fazenda de gado.
Leme
Por causa da Pedra do Leme, contornada pelas praias da Urca
e Botafogo e cujo formato, visto de cima, se assemelha ao do leme de um navio.
Lins de Vasconcelos
O Médico-Major Modesto Benjamim Lins de Vasconcelos possuía
propriedade no alto da Estrada da Serra do Matheus, que depois levou o nome de
sua tradicional família, Lins de Vasconcelos.
Madureira
O nome do bairro vem de Lourenço Madureira, que,
no século 19, era lavrador e criador de gado em terras da antiga Fazenda do
Campinho, existente desde o início do século 17.
Magalhães Bastos
Originalmente, o local era conhecido como Fazenda das
Mangueiras e, depois, Vila São José. Com a inauguração do ramal ferroviário de
Mangaratiba, em 1878, foi implantada a estação Coronel Magalhães Bastos em
homenagem a Antonio Leite de Magalhães Bastos Filho, comandante do
primeiro batalhão de engenharia, que deu nome ao bairro.
Mangueira
As terras pertenciam ao Visconde de Niterói e
ficavam juntas ao Morro do Telégrafo, assim chamado pela inauguração, em 1852,
do primeiro telégrafo aéreo do Brasil, próximo à Quinta da Boa Vista. Ali foi
instalada a Fábrica de Fernando Fraga, que produzia chapéus e
passou a ser conhecida como Fábrica das Mangueiras pela intensa produção de
mangas na região. A indústria acabou adotando o nome de Fábrica de Chapéus
Mangueira. A Central do Brasil aproveitou a popularização da alcunha e batizou
de Mangueira a estação de trem inaugurada em 1889.
Manguinhos
Como o próprio nome diz, tratava-se de uma grande região
alagadiça, repleta de mangues, situada entre o Caju, a Praia Pequena de Benfica
e as terras do Engenho da Pedra, prolongamento do antigo Saco de Inhaúma, na
Baía de Guanabara. Incluía a ilha do Pinheiro e a ilha do Bom Jardim.
Maracanã
Vem do tupi maraka’nã, que significa papagaio. Provavelmente
o rio homônimo recebeu este nome por ter suas cercanias habitadas por uma ou
mais espécies destes pássaros.
Maré
Toda a região era constituída por pântanos e manguezais
junto à orla da Baía de Guanabara. O termo “maré” tem origem no fenômeno
natural que afligia os moradores das palafitas da região a partir da década de
1940.
Marechal Hermes
Fundado em 1913, o bairro foi o primeiro no Brasil
implantado como uma vila proletária e planejado para ser estritamente
residencial, com direito à infraestrutura de serviços públicos. Foi idealizado
pelo então presidente Marechal Hermes da Fonseca para suprir a
carência de moradias populares.
Maria da Graça
Na região ficava a Fazenda Maria da Graça, da família
Cardoso Martins. Foi adquirida, mais tarde, pela Companhia Imobiliária
Nacional que, em 1934, fez o arruamento e loteamento do bairro.
Méier
As terras abrigavam, no início do século 19, a extensa
Quinta dos Duques, de José Paulo da Mata Duque Estrada e Dulce
de Castro Azambuja. A filha do casal, Jerônima Duque Estrada,
casou-se com o guarda-roupas do Paço, o Comendador Miguel João Meyer,
descendente de alemães. O primogênito dos nove filhos, Augusto Duque
Estrada Meyer, se destacou como acompanhante do Imperador Dom Pedro
II, recebendo o título de Camarista e extensas terras abrangendo desde
a Estrada Grande (atual Dias da Cruz) até a Serra dos Pretos Forros. O
Camarista Meyer abriu várias ruas em suas propriedades, dando a elas nomes de
seus familiares, como Carolina Meyer, Frederico Meyer e Joaquim
Meyer. Formava-se o atual bairro do Méier, versão aportuguesada do
sobrenome.
Olaria
Em 1820, Francisco José Pereira Rego comprou
terras entre o Caminho da Matriz (Itararé) e o Morro da Penha. Ali, a família
Rego viria a instalar várias olarias para atender a vizinhança, aproveitando o
terreno de barro vermelho. Outras fábricas de tijolos surgiram fazendo com que
o local ficasse conhecido como “região das olarias”.
Oswaldo Cruz
Com a implantação da Estrada de Ferro Dom Pedro II, depois
Central do Brasil, foi fundada na região, em 1898, a Estação Rio das Pedras.
Mais tarde, o nome mudou para Oswaldo Cruz em homenagem ao grande médico sanitarista
que erradicou a febre amarela no Rio de Janeiro e implantou o Instituto em
Manguinhos.
Paciência
Deve seu nome ao Engenho da Paciência, de João
Francisco da Silva, a mais antiga e importante fazenda de cana existente no
Brasil. Ficava na Estrada Real de Santa Cruz, onde, no início do século 19, se
hospedavam príncipes e nobres nas excursões à Fazenda Real.
Padre Miguel
O nome homenageia o Padre e Monsenhor Miguel de
Santa Maria Mochon, espanhol de Andaluzia e vigário de Realengo. Nascido em
1879, Padre Miguel foi o reformador da Igreja Nossa Senhora da Conceição e o
criador da primeira Escola Regular da Região, estendendo suas viagens de
catequização aos engenhos de Nossa Senhora da Conceição da Pavuna e do
Botafogo. Além de incentivar o teatro amador, foi o segundo personagem da
cidade a exibir filmes de curta duração – sua casa paroquial se transformou em
sala de projeção e cinema de referência local.
Parada de Lucas
O nome se refere a José Lucas de Almeida, um
próspero agricultor que morreu aos 94 anos de idade. Quando da implantação da
Estrada de Ferro Leopoldina (antiga Estrada de Ferro Norte), José Lucas doou
parte de suas terras para uma parada de trens que, em 1949, tornou-se a estação
Parada de Lucas.
Parque Anchieta
Parque Anchieta é um desmembramento do bairro de Anchieta
que tem como origem loteamento de 1969 compreendendo 1639 lotes, 27 ruas e
quatro praças.
Parque Colúmbia
Em 1956 surgiu um Projeto de Arruamento e Loteamento Misto,
Proletário e Industrial, a 229 metros da rodovia Presidente Dutra, entre o Rio
Acari e a Rua Embaú, resultando em sete ruas. O projeto foi implantado na
propriedade da empresa Ferrometais Colombo Comércio e Indústria S.A., daí o
nome Parque Colúmbia.
Paquetá
A ilha foi descoberta em 1556 por André Thevet, cartógrafo
de Villegagnon, durante a invasão francesa ao Rio de Janeiro. Nome dado pelos
Tamoios, Paquetá vem de “Pac” (paca) e “eta” (muitas), significando “lugar de
muitas pacas”. Outros dizem que pode significar muitas conchas, ou muitas
pedras. Mas escritos de André Thevet narra a abundância na ilha do animal
Pacarana, parente próximo da paca.
Pavuna
Vem do indígena “pabuna” ou “ypabuna”, que significa lugar
ou região escura, sombria. A palavra deu nome ao bairro e ao rio de 14
quilômetros de curso que separa o Rio dos municípios da Baixada Fluminense. No
século 16, os franceses registraram aldeias de índios Tupis em seus mapas, e
uma delas, a aldeia de Upabuna, estaria às margens do referido rio.
Pedra de Guaratiba
Sua denominação teve origem na partilha das terras da região
de Guaratiba entre os herdeiros de seu primeiro donatário, Manoel
Velloso Espinha. Com a sua morte, seus dois filhos Jerônimo Velloso
Cubas e Manoel Espinha Filho herdaram a freguesia de
Guaratiba. Através de mútuo entendimento, dividiram entre eles as terras
herdadas do pai, ficando Jerônimo com a parte norte e Manoel com a leste, tendo
o Rio Piraquê como marco divisório.
Penha
Em homenagem à Nossa Senhora da Penha, por causa de uma
lenda de um viajante francês que percorria o Brasil e estava em São Paulo. Uma
noite pernoitou lá pelos lados de onde hoje é o bairro. Amarrada ao cavalo
estava uma imagem de Nossa Senhora. Ele acordou no outro dia e pôs-se a
caminho. Léguas mais tarde deu pela falta da santa, voltou e encontrou a imagem
no mesmo lugar onde estava dormindo. Colocou-a de volta no alforje e partiu.
Horas depois o viajante descobre que a Nossa Senhora não está mais com ele.
Volta novamente, e lá está ela, no mesmo lugar. Aí chegou à conclusão que a
santa escolhera aquele lugar para ficar. Assim o francês construiu ali uma
capela. Já a história oficial diz quea primeira capela em louvor a Nossa
Senhora da Penha foi erguida em Vila Velha, antiga capitania do Espírito Santo,
entre 1558 e 1570. A segunda surgiu no Rio de Janeiro após a fundação da
Fazenda de Nossa Senhora da Ajuda, propriedade do capitão português
Baltazar de Abreu Cardoso. Por volta do ano de 1635, o Capitão Baltazar, ao
ser atacado por uma cobra, pediu auxilio a Nossa Senhora da Penha. Agradecido
por ter se livrado do perigo, construiu uma pequena capela no alto de suas
terras, onde colocou uma imagem da santa. Pessoas que viam a pequena capela à
distância logo passaram a subir a grande pedra para rezar e agradecer.
Penha Circular
As origens do bairro coincidem com a história do bairro da
Penha. Seu nome vem da existência, no início da década de 1930, de uma linha
circular destinada a permitir o retorno dos trens de subúrbios. A linha
circular da Penha foi desativada na década de 40, sendo construída a estação de
Penha Circular, que deu nome ao bairro.
Piedade
O nome do bairro era “Terra dos Gambás” (por existirem
gambás aos montes) e os moradores se reuniram e escreveram uma cartinha para o
diretor da Estrada de Ferro Central do Brasil, no fim do século 19, quem teria
escrito foi a esposa de Assis Carneiro, leiloeiro e dono de
chácara. O texto era o seguinte: “Por piedade, doutor, troque o nome da nossa
estaçãozinha”. O apelo acabou dando certo. “O diretor respondeu: “Perfeitamente
minha senhora, ela se chamará Piedade”.
Pilares
Em 1873, as fazendas da região pertenciam a Francisca
Carolina de Mendonça Zieze e a seu genro Gaspar Augusto
Nascente Zieze. Eles doaram o terreno no qual a Irmandade de São Benedito
dos Pilares levantaria a sua capela, remodelada mais tarde pelo Padre
José Corrêa. Mas o nome Pilares tem duas versões: viria da Venda dos
Pilares, devido aos adornos de pedra destacados na edificação, ou do largo do
bairro, uma das paradas da Estrada Real de Santa Cruz (depois Avenida Suburbana
e, hoje, Avenida Dom Hélder Câmara), onde havia pequenos pilares que serviam
para amarrar cavalos, rodeando uma fonte d’água..
Praça da Bandeira
Em 1853, exatamente no local onde hoje está a praça, foi
construído o antigo Matadouro da Cidade. Evoluiu em volta dele o Largo do
Matadouro, que se tornou o centro de gravidade para o adensamento das
cercanias. A região foi urbanizada no início do século 20, após transferência
do Matadouro, em 1881, para Santa Cruz. A construção da Avenida Radial Oeste
(atual Oswaldo Aranha) e do Trevo das Forças Armadas alterou a área nas décadas
de 60/70, assim como a abertura do metrô. A antiga Estação Lauro Müller da
Supervia passou a se chamar Praça da Bandeira.
Praça Seca
O general Salvador Correia de Sá e Benevides (1601-1688)
lutou contra os holandeses em Angola, defendendo os interesses portugueses. Foi
governador do Rio de Janeiro por três períodos (1637-1642, 1648-1649 e
1659-1660), levando desenvolvimento à região. Faleceu em Lisboa em 1688,
deixando suas terras para o filho, Martim Correia de Sá e Benevides,
que se tornou o primeiro Visconde de Asseca e Alcaide-Mór do
Rio de Janeiro. Dessa linhagem nobre dos Assecas, o quarto Visconde (1698-1777)
foi o responsável pelos primeiros vestígios de povoamento mais efetivos em
torno da Praça Seca (corruptela de Praça Asseca, ou Praç’Asseca).
Quintino Bocaiúva
A abertura da Estrada de Ferro Dom Pedro II, depois Central
do Brasil, deu ao local a Estação Cupertino (dono de grande pedreira
fornecedora para construções na cidade), inaugurada em 1o de maio de 1876. O
nome foi mudado em 1912 para Quintino Bocaiúva em homenagem ao
parlamentar, jornalista e comandante civil da Proclamação da República, que
morou numa chácara nas proximidades.
Ramos
Dona Leonor Mascarenhas de Oliveira deixou, em
meados do século 19, treze lotes da Fazenda de Nossa Senhora de Bonsucesso para
serem divididos entre parentes e amigos. João Torquato de Oliveira herdou
a casa e a fazenda-sede, região dos atuais núcleos de Bonsucesso e Ramos. Em
1870, sua viúva, Francisca Hayden, vendeu ao Capitão Luiz
José Fonseca Ramos terras que abrangiam o Sítio dos Bambus, onde Ramos
começou a prosperar. O bairro surgiu por obra dos descendentes do Capitão
Ramos, quando os trilhos da Estrada de Ferro do Norte (Leopoldina) chegaram à
área, onde foi construída a Parada de Ramos.
Realengo
O nome teria como origem o termo Campos Realengos, usado
para nomear os campos de serventia pública que eram utilizados, principalmente,
para a pastagem do gado por parte dos que não possuíam terra própria. Há uma
versão, mais lendária, que diz que significa ‘Real Engenho’, que abreviado
lia-se ‘Real Engo.’
Recreio dos Bandeirantes
As terras pertenciam ao Banco de Crédito Móvel, que as
loteou em duas glebas. Joseph Weslley Finch comprou, nos anos
20, umas delas e costumava promover visitas de fim de semana para interessados
na compra de seus lotes. Muitos paulistas adquiriram terrenos à beira-mar e
construíram casas de veraneio. Por isso, a gleba de Finch passou a ser conhecida
como Recreio dos Bandeirantes, e foi registrada como Jardim Recreio dos
Bandeirantes. Mais tarde, todo o bairro passou a ter o mesmo nome.
Riachuelo
Surgiu nas terras da antiga fazenda do Engenho Novo,
desmembrada em chácaras e, depois, ocupadas por loteamentos. A Estação
Ferroviária, de 1869, se chamava Riachuelo do Rio em homenagem a uma batalha
naval.
Ricardo de Albuquerque
A estação de Ricardo de Albuquerque, inaugurada em 1913,
deve seu nome a José Ricardo de Albuquerque, antigo diretor da
ferrovia e poeta.
Rio Comprido
É uma referência ao longo Rio Iguaçu, que cruzava a região
conhecida como Catumbi Pequeno (compreende atualmente o Rio Comprido e parte do
Estácio). A área abrigou o Quartel General do Exército na época de Dom João VI,
se tornando um bairro agradável para os ingleses, que nele habitavam em casas
próprias ou propriedades cercadas de amplos quintais. A chácara mais famosa foi
a do Bispo Frei Antonio do Desterro, erguida no século 17, também
conhecida como Casa do Bispo, que serviu de residência episcopal até 1873,
quando ali se instalou o Seminário São José. O prédio foi tombado pelo
patrimônio histórico.
Rocha
A estação de trem inaugurada em 1885 e extinta em 1960
recebeu o nome de um guarda-cancela da ferrovia, que também batizou o bairro.
Rocha Miranda
As terras pertenciam à Fazenda do Sapê, cujo proprietário,
no século 19, era o Barão de Mesquita. Em 1916, a fazenda seria
adquirida pela família Rocha Miranda, que promoveu o loteamento da
região com a abertura de várias ruas com nomes de pedras preciosas: dos
Topázios, das Esmeraldas, dos Rubis, dos Diamantes, Ametistas, Ônix, Turquesas
etc.
Rocinha
Sitiantes passaram a ocupar as terras da antiga fazenda
Quebra-Cangalha por volta de 1930. Elas foram divididas em pequenas chácaras em
que cultivavam hortaliças vendidas na feira do Largo das Três Vendas (atual
Praça Santos Dumont, na Gávea). Os comerciantes diziam para os fregueses que seus
produtos vinham de suas “rocinhas” no Alto da Gávea e, a partir daí, o nome
Rocinha se popularizou.
Sampaio
A estação de trem homônima da região é uma homenagem
ao Coronel Sampaio, Patrono da Infantaria.
Santa Cruz
A terra foi a princípio doada a Cristovão Monteiro,
depois passou a pertencer a Companhia de Jesus, os jesuítas que colocaram uma
grande cruz de madeira, pintada de preto, encaixada em uma base de pedra
sustentada por um pilar de granito. Mais tarde, já durante o Império, o
cruzeiro seria substituído por outro de dimensões menores. E, atualmente existe
uma cruz no mesmo local, mas não é o cruzeiro histórico, e sim uma réplica que
foi erigida durante o comando do então Coronel Carlos Patrício Freitas
Pereira. O cruzeiro deu nome à Santa Cruz. A poderosa fazenda de Santa
Cruz, um imenso latifúndio, se tornou a mais desenvolvida da Capitania, com
milhares de escravos, cabeças de gado e variados tipos de cultivo.
Santa Teresa
Antigamente, o bairro se chamava Morro do Desterro, com
acesso pela atual Ladeira de Santa Teresa, onde foi construída a capelinha de
Nossa Senhora do Desterro, em 1629. Depois, em 1750, o Governador Gomes
Freire de Andrade construiu o Convento de Santa Teresa para abrigar a
ordem de religiosas.
Santo Cristo
Em 1879, o bairro teve grande parte aterrada pela Empresa de
Melhoramentos do Brasil. As Ilhas dos Melões e das Moças, localizadas no antigo
Saco do Alferes próximas à atual Rodoviária Novo Rio, foram extintas para a
construção do Cais do Porto, no início do século 20. Esses aterros deram origem
ao atual bairro de Santo Cristo, cuja Igreja de Santo Cristo dos Milagres,
erguida em 1872, localiza-se no atual Largo de Santo Cristo, antigo Largo do
Gambá.
Santíssimo
Nesta localidade ficava o Engenho do Lameirão, de Manuel
Suzano, com sua capela de Nossa Senhora da Conceição do Lameirão, o templo
mais importante das redondezas. Em 1750, a capela teve permissão para manter em
sacrário o Santíssimo Sacramento e, para isso, foi criada uma irmandade. Este
acontecimento passou a designar de Santíssimo toda a região situada entre Bangu
e Campo Grande, batizando o atual bairro.
São Clemente
Por causa de um grande proprietário de terrenos naquela
parte da cidade, o Sr. Clemente de Matos, muito devoto do santo do qual havia
herdado o nome.
São Conrado
No início do século 20, o Comendador Conrado Jacob Niemeyer
possuía grande fazenda na região e nela ergueu uma pequena igreja, em 1916, em
devoção a São Conrado.
São Cristovão
O nome se deve à igrejinha dedicada ao santo erguida pela
Companhia de Jesus junto à praia habitada apenas por alguns pescadores. Com a
expulsão dos jesuítas em 1759 e a chegada da Família Real em1808, a região
antes destinada à agricultura e à pecuária foi retalhada e dividida em
chácaras, então adquiridas por ricos comerciantes.
São Francisco Xavier
O bairro é um dos menores do Rio. As terras pertenciam ao
Engenho Novo dos Jesuítas, construído a partir de 1707. Daí o nome em homenagem
a um santo.
Saúde
Recebeu este nome por origem de uma promessa religiosa a
Nossa Senhora da Saúde, que salvou a esposa de um rico comerciante
português, Manuel Negreiros, que ergueu em 1742 a Capela de Nossa
Senhora da Saúde, sobre um morro rochoso de frente ao mar. No século 17, seus
trechos eram conhecidos como Valongo e Valonguinho.
Senador Camará
O trem chegou à região por intermédio do ramal de
Mangaratiba, sendo inaugurada a estação Senador Camará em 1923, uma homenagem
a Otacílio de Carvalho Camará, gaúcho, deputado pelo Distrito
Federal (1915) e senador em 1919.
Senador Vasconcelos
Pela região passou a antiga estrada Rio-São Paulo, onde foi
instalada, em 1914, a Estação Senador Augusto Vasconcelos. Trata-se
de uma homenagem a um senador federal que também deu nome ao bairro.
Sepetiba
Em tupi, significa sítio dos sapês. A região já foi coberta
de florestas.
Tanque
No final do século XIX havia grande circulação de bondes com
tração animal pela região e esse local fazia parte do trajeto entre a “Porta
D’Água”, na Freguesia, e a Taquara. Por isso, em 1875, foi construído um grande
reservatório para cavalos e burros matarem a sede. Desde então, passou a ser
chamado de Largo do Tanque..
Taquara
É uma espécie de bambu abundante na região, utilizado em
cercas e na fabricação de cestos.
Tijuca
O nome Tijuca, de origem indígena, significa água podre,
charco ou brejo. Referia-se às lagoas da atual Barra, depois passou para as
montanhas, floresta e vertente oposta, correspondendo à antiga região do
Andaraí Pequeno que, entre os séculos 19 e 20, transformou-se no atual bairro
da Tijuca. Na década de 70, parte do Andaraí Grande foi incorporada a ele.
Todos os Santos
Era inicialmente um prolongamento do Méier. A Estação
Ferroviária de Todos os Santos (daí o nome), inaugurada em 1868, foi extinta no
final da década de 1960.
Tomás Coelho
Servido pelos trens da antiga Estrada de Ferro Melhoramentos
do Brasil (mais tarde Linha Auxiliar), a região ganhou a Estação Tomás Coelho.
O nome é uma homenagem ao Conselheiro Thomaz Coelho, Ministro da
Guerra no Segundo Reinado que instalou o Colégio Militar na Tijuca, em 1889.
Turiaçu
Corruptela de “tury” ou “tory” (facho) e “açú”, (grande,
extenso), significa “fogaréu” ou ainda “fogaréu feito de sapê”. Na região,
atravessada pela Estrada do Otaviano, ficava o Engenho do Vira-Mundo, último
grande fabricante de rapadura e cachaça depois da decadência do Engenho de
Portela.
Urca
Há lendas sobre o nome, tem quem diga que era o nome do
navio do holandês Olivier Van Noort, o LeBlond. Outras
que é por causa do morro rochoso que lembra um tipo de embarcação antiga usada
pelos holandeses para transporte de carga.
Vargem Grande
As terras pertenciam à sesmaria de Gonçalo Correia
de Sá. Sua filha, Dona Vitória de Sá, as doaria mais tarde aos
Monges Beneditinos. Ali, Frei Lourenço da Expectação Valadares criou,
no século 18, a fazenda Vargem Grande, cujas ruínas ainda existem no Sítio
Petra, número 10636 da atual Estrada dos Bandeirantes.
Vargem Pequena
A região era parte da enorme sesmaria de Gonçalo
Correia de Sá e foi dada em 1628, como dote, a Dom Luiz de
Céspedes (governador geral do Paraguai), marido de sua filha, Dona
Vitória de Sá. Com a morte dela, em 1667, a propriedade seria deixada para
os Monges Beneditinos, que dividiram o Engenho do Camorim da família, criando a
fazenda de Vargem Pequena.
Vasco da Gama
Em 1998, ano do centenário do Clube de Regatas Vasco da
Gama, um projeto transformou a área onde fica a sede / estádio do clube e suas
adjacências, incluindo a Comunidade Barreira do Vasco, no bairro Vasco da Gama.
Vaz Lobo
Grandes chácaras onde se cultivava café, aipim e batata
doce, entre os morros do Sapê e da Serrinha, ocupavam a área. Uma delas, a
do Capitão-Tenente José Maria Vaz Lobo, no cruzamento com a Estrada
de Irajá (atual Avenida Monsenhor Félix), deu nome ao bairro.
Vicente de Carvalho
O nome do bairro se refere a um fazendeiro local, Vicente
de Carvalho, que batizaria também a estrada e a estação da Estrada de Ferro
Rio D’ Ouro, implantada na segunda metade do século 19.
Vidigal
O major de milícias e intendente da polícia Miguel
Nunes Vidigal, de grande influência no Primeiro Império, recebeu dos monges
beneditinos, em 1820, extensas terras que iam das encostas da Pedra Dois Irmãos
até o mar, onde construiu a Chácara do Vidigal. Em 1886, seus herdeiros
venderam a propriedade ao engenheiro João Dantas.
Vigário Geral
Nas terras pantanosas da região havia a Fazenda Nossa
Senhora das Graças, que abrigava o Engenho do Vigário Geral, também conhecido
como Engenho Velho. O tal vigário geral seria o Cônego Dr. Luiz Borges
da Silva Oliveira, dono do Engenho Nossa Senhora das Graças na segunda
metade do século 18. No entanto, existem fontes citando o monsenhor
Félix de Albuquerque ou o Padre Dr. Clemente de Matos,
ambos donos do Engenho de Irajá, como o “Vigário Geral” que deu nome ao bairro.
Vila Cosmos
A Companhia Urbanizadora Imobiliária Kosmos (daí o nome),
que algumas vezes é grafado assim com K, construiu o loteamento Vila Florença,
implantado em 1930 nas terras de Guilherme Guinle. Atualmente,
é um bairro essencialmente residencial, atravessado pela Avenida Meriti.
Vila da Penha
O Projeto de Arruamento e Loteamento da Vila Penha, de
propriedade da Empresa Industrial de Melhoramentos do Brasil, elaborado em
1927/1930 e alterado em 1936, consolidou a urbanização do bairro.
Vila Militar
No início do século 20, os batalhões e regimentos da cidade
se concentravam próximos ao Centro, em São Cristóvão, no Campo de Santana, no
antigo Arsenal de Guerra (atual Museu Histórico), na Fortaleza de São João e na
Praia Vermelha. O Marechal Hermes da Fonseca resolveu então
transferi-los para uma nova vila militar na zona suburbana, que pudesse se
interligar com as unidades de Realengo. No governo Afonso Pena, as
fazendas e engenhos da região entre Deodoro e os limites com a Baixada
Fluminense começaram a ser desapropriados.
Vila Isabel
Todas as terras do bairro eram da Fazenda do Macaco,
limitada pelo Rio Joana, pelo Caminho do Cabuçu (atual Rua Barão do Bom Retiro)
e pela Serra do Engenho Novo. Dom Pedro I a presenteou à Imperatriz
D. Amélia de Beauharnais, Duquesa de Bragança, sendo frequentes os passeios
do casal no local. Com a volta de Dom Pedro a Portugal, a fazenda ficou
abandonada, sendo atingida pela epidemia de cólera em meados do século 19. Em
1872, o Barão João Batista de Viana Drummond (mais
conhecido por ter inventado o jogo do bicho) comprou a fazenda e montou a
Companhia Arquitetônica de Villa Izabel, em homenagem à Princesa Isabel,
para a promoção de loteamento. Assim, em 1873, nascia o primeiro bairro
planejado da cidade.
Vila Valqueire
No passado, o bairro era ocupado pelo Engenho Valqueire. A
origem do nome se deve ao proprietário das terras em meados do século 18,
Antonio Fernandes Valqueire. A sede do engenho ainda existe, em ruínas. Sua
mais antiga construção é a Igreja São Roque, próxima à Rua Quiririm. Dizia a
lenda que o engenho tinha este nome porque era um terreno que media 5
alqueires. Como a placa fazia a indicação com algarismos romanos, V Alqueire
virou Valqueire.
Vista Alegre
O projeto imobiliário com o nome
de Jardim Vista Alegre (1954) levou à construção de 400 casas na região. Em sua
periferia existiam chácaras com hortas, verduras, fazendolas e um grande
pântano, repleto de rãs, onde foi construído o chamado Bairrinho. Vista Alegre
é um dos menores bairros da cidade.